Por que razão o conhecimento está se
tornando a maior riqueza da Era da Informação? A resposta não é simples. O
termo epistemologia – teoria do conhecimento – provém da palavra grega epistome, que significa verdade
absolutamente certa. Em nossa língua, a palavra conhecimento tem vários
significados. Pode significar informação, conscientização, saber, cognição,
sapiência, percepção, ciência, experiência, qualificação, discernimento,
competência, habilidade prática, capacidade, aprendizado, sabedoria, certeza
etc. A definição depende do contexto em que o termo é empregado.
Características
do conhecimento
Na prática, o conhecimento possui
quatro características:
1.
O
conhecimento é tácito:
o conhecimento é algo pessoal, isto é, formado dentro de um contexto social e
individual. Não é de propriedade de uma organização ou coletividade, muitas
vezes é conhecimento inconsciente, é conhecimento que está na cabeça das
pessoas e é derivado de suas experiências e vivências pessoais. Pode ser
transmitido de uma forma vaga e não–estruturada. Representa o conhecimento do
que sabe, mas que não pode ser verbalizado ou escrito em palavras. É o
conhecimento mais corrente dentro da organização. O custo de compartilhar o
conhecimento tácito é elevado porque ele repousa na comunicação direta face a
face. Sua transferência é pouco eficiente.
2.
O
conhecimento é orientado para a ação: o ser humano está sempre gerando
novos conhecimentos, por meio da análise das impressões sensoriais que recebe
(e quanto mais sentidos ele utiliza no processo, melhor), e perdendo os
antigos. Essa qualidade dinâmica do conhecimento é refletida em verbos como
aprender, esquecer, lembrar e compreender. Para explicar como adquirimos e
geramos novos conhecimentos aplicando às nossas percepções sensoriais as
capacidades e os fatos que já possuímos, Polanyi – o criador da teoria do
conhecimento tácito – usa o termo processo de saber. Inspirado pela psicologia
gestáltica, Polanyi vê o processo de saber como um processo de reunião de
pistas fragmentadas, por intermédio de percepções sensoriais e a partir de
lembranças e agrupamentos das mesmas em categorias. Isso significa que
conferimos sentido a realidade categorizando-a em teorias, métodos,
sentimentos, valores e habilidades que podemos utilizar de maneira
tradicionalmente válida. Para ele, o verbo saber e o substantivo conhecimento
são sinônimos.
3.
O
conhecimento é sustentado por regras: com o passar do tempo, criamos em
nosso cérebro inúmeros padrões que agem como regras inconscientes de
procedimento para lidar com todo tipo de situação concebível. Essas regras nos
poupam muita energia e nos permitem agir com rapidez e eficácia sem termos de
parar para pensar no que estamos fazendo. Além disso, essas regras de
procedimentos desempenham um papel vital na aquisição e aperfeiçoamento de
habilidades. Quando praticamos uma atividade, testamos essas regras e
procuramos aprimorá-las. As regras também estão atreladas ao resultado das
ações. Uma regra é um padrão para correção. Alem do mais, as regras agem como
filtros para novos conhecimentos. Quando estamos tacitamente envolvidos em um
processo de saber, agimos de forma inconsciente, não refletimos. Tomamos tudo
como certo. Sempre restam vestígios daquilo que um dia soubemos, pois o ser
humano nunca esquece de tudo. A maior dificuldade não está em persuadir as
pessoas a aceitar coisas novas, mas em persuadi-las a abandonar as antigas,
dizia John Maynard Keynes.
4.
O
conhecimento está em constante mutação: o conhecimento não é estático, mas
é continuamente construído na mente das pessoas.
Até a próxima...
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