sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

CORRENTE INATISTA

Filiam-se a esta corrente do pensamento psicológico aquelas que admitem que as reações causadas por certas emoções são inatas (próprias da criatura humana). Os seguidores do inatismo prendem-se ao pensamento de Aristóteles. Os principais são:

a) Watson – Que admite três emoções básicas na criatura humana são elas: Medo, cólera, ternura e que essas emoções gerariam as reações respectivas de fuga, agressão e simpatia. Afirma ainda, Watson que essas emoções se conjugam gerando outras reações. Exemplo:
            Medo              +          medo               =          fuga
            Medo              +          cólera              =          defesa
            Medo              +          ternura            =          timidez
            Cólera             +          cólera              =          agressão
            Cólera             +          ternura            =          iniciativa
            Ternura           +          ternura            =          simpatia

b) Mac Dougall – Para Mac Dougall as emoções tem como resultado instintos característicos.
                       
            Instintos         resultante de               Emoções
            Fuga                                                   Medo
            Agressão                                            Cólera
            Repulsa                                              Desgosto
            Proteção                                             Ternura
            Defesa                                                Desespero
            Reprodução                                       Sexual
            Curiosidade                                       Surpresa
            Nutrição                                             Apetite
            Aquisição                                           Posse
            Submissão                                          Sujeição
            Construção                                         Criação... etc.

c) A. W. Small – Para Small há na criatura humana determinados interesses movidos por objetivos próprios do ser humano, destacando-se como principais:
           
            interesses                                           objetivos
            Orgânicos                                           Saúde
            Econômicos                                       Riqueza
            Intelectuais                                        Sabedoria
            Sociais                                                Sociabilidade
            Estéticos                                            Beleza
            Morais e éticos                                   Retidão

d) Thomas – Para explicar a conduta individual da criatura humana, baseou-se em quatro desejos fundamentais do homem. São eles:
            1. De aventura
            2. De segurança
            3. De afeto
            4. De consideração.

e) Bogardus – Completa a listagem de Thomas, acrescentando um 5º desejo na criatura humana e este desejo ele o chama de “Desejo altruísta”. O desejo altruísta seria aquele que iria se refletir no próximo, ou melhor, no auxílio do próximo. Bogardus defende a tese de um homem Pentagonal com quatro desejos egoístas e um desejo altruísta.

f) Lindgren – Para Lindgren o homem possui cinco necessidades básicas e normais, são as seguintes: Sobrevivência, Segurança física, Amor, Prestígio, Criatividade ou auto-realização.


CONCEPÇÕES DA ESCOLA PSICANALÍTICA

            As idéias de Freud, criador da psicanálise, explica que além dos desejos da criatura humana há também impulsos e instintos inatos em nós, há a considerar também o meio social em que estamos vivenciando.


O MEIO SOCIAL POSSIBILITA A  AÇÃO DO HOMEM

            De acordo com o pensamento humano de Freud as reações humanas seriam manifestações advindas da libido, princípio dinâmico da vida psíquica ligada ao impulso sexual. Mais tarde Freud, por influência de seus discípulos modifica seu conceito sobre a libido, passando a ser este como sinônimo de energia psíquica geral. Freud afirma que existem dois instintos principais na criatura humana:
            - Instintos de vida                  o Eros ou Erótico
            - Instintos de morte                o Tanus ou Tanatus
            Esses instintos se conjugam gerando instintos eróticos tais como sadismo, masoquismo e narcisismo.

            Dá-se o Sadismo quando os instintos de vida e de morte voltam-se para o próximo, a criatura sente prazer erótico com o sofrimento do próximo.

            O masoquismo caracteriza-se pela projeção do Eros e do Tanus no eu da própria criatura, ocasionando o prazer erótico com o próprio sofrimento.

            O narcisismo acontece quando o Eros se fixa no Eu. É o enamoramento de si próprio. Encontra-se aí o princípio gerador do amor se o Eros tiver um objeto.

Até a próxima...


quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

COMPORTAMENTO HUMANO

 CONCEITO

            Comportamento Humano é o somatório de todas as reações emanadas do nosso temperamento e do nosso caráter.

            - Temperamento – de ordem genética, hereditário, serve de base ao caráter;

            - Caráter – é adquirido do meio ambiente, através da educação.    

            Se você tem um certo preconceito quando o assunto é etiqueta, comportamento social e boas maneiras, esse pode ser um indício de que você necessita dar mais atenção a esse assunto.
            Comportar-se adequadamente não significa ser esnobe. Ao contrário, significa ser agradável e se relacionar bem com pessoas dos mais diversos níveis. Se você já passou por alguma situação em que não sabia como agir ou se comportar, ou se você já foi a uma festa e se sentiu deslocado, provavelmente, isso aconteceu por você não conhecer algumas regras de comportamento.
            Quando sabemos como nos comportar, ficamos mais seguros, confiantes e à vontade.
            O objetivo deste estudo é transmitir algumas informações necessárias para que você se sinta mais à vontade e possa agir naturalmente nas mais diversas situações do seu dia-a-dia.

Quando as regras básicas de comportamento social são conhecidas, o medo de cometer alguma gafe é substituído pela segurança, e as chances de sucesso são muito maiores.



ACEPÇÃO MAIS AMPLA DO COMPORTAMENTO HUMANO

            Expressa todas as reações do indivíduo quer se exteriorizem ou não, tais são: desejos, interesses, emoções, sentimentos, paixões, idéias, etc.
            O estudo dessas reações quando não são exteriorizadas pertencem à psicologia geral, psicanálise; entretanto quando essas reações se projetam no grupo social, são da alçada da psicologia social, psicologia das relações humanas.



 ANTECIPAÇÃO SOCIAL E A POSIÇÃO DO INDIVÍDUO NO GRUPO

            Depende da antecipação social a integração do indivíduo no grupo. A antecipação social pode ser: positiva ou negativa dependendo de como ele for recebido no seu novo grupo social. Como exemplo clássico de antecipação social, costuma-se citar o seguinte: “Uma criança que está para nascer se for esperada com amor, carinho, como se fosse uma dádiva de Deus, encontrará um ambiente satisfatório à sua integração na célula mater da sociedade; se pelo contrário, for encarada como mais um encargo de família, uma boca para alimentar, o ambiente que a espera será hostil”.



 AS EXPECTATIVAS DO COMPORTAMENTO E O SELF

            O indivíduo ao se ajustar no grupo que está participando passa a pensar, a agir, e sentir conforme as exigências impostas por esse grupo. Desta forma desenvolve-se em cada indivíduo uma série de reações exigidas pelo grupo. Cada comportamento imposto aos  diferentes grupos sociais é o que se chama de SELF, daí deduzirmos que possuímos vários SELVES embora o nosso “eu” seja uno, isto é, não mudamos de personalidade.



 MOTIVAÇÃO DO COMPORTAMENTO HUMANO

            Nós nos motivamos através de estímulos. Toda conduta ou reação gera um estímulo. Os estímulos podem ser:

- Estímulos internos ou motivos – Chama-se estimulo interno, todo aquele que provém do próprio ser, uma necessidade orgânica ou psíquica que nos leva a uma reação.

- Estímulos externos ou incentivos – Quando o estímulo provém do meio físico ou do meio social em que vivemos.


Até a próxima...

quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

COMUNICAÇÃO E ORGANIZAÇÃO DO AMBIENTE

Ao transmitir-se uma comunicação não se transmite tudo sobre o assunto porque parte-se do pressuposto que o nosso interlocutor saiba preencher as lacunas por nós deixadas, isto é, que ele está inserido na organização do ambiente de trabalho. Exemplo: Leve esta C.I. ao P.U. (leve esta Comunicação Interna ao Posto de Urgência). Ou a ZH publicou nota da AL do RGS (a Zero Hora publicou nota da Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul).


COMUNICAÇÃO E MOTIVAÇÃO

            Às vezes as nossas emoções e motivações tendem a alterar o sentido da comunicação, por isso os diretores deverão estar convictos de que seu interlocutor está de posse, conscientemente, da comunicação desejada e para isto faz com que ele, mensageiro, repita a mensagem sem entretanto perguntá-lo entendeu?... Compreendeu?...
            Toda a empresa tem uma hierarquia de valores na sua administração e a palavra daqueles que se colocam no vértice da pirâmide hierárquica, recebem um cunho de autenticidade, de oficial, porque ele é o diretor, fala pela empresa, então tudo que ele afirmar ou negar com respeito a empresa é oficial. Diante disso, não pode falar com seus assessores, dirigindo-se por metáforas. Ex.: “As coisas não vão bem”. Com esta expressão o funcionário poderá deduzir que será despedido da empresa e até muitas vezes, se convencerá que o diretor lhe afirmou tal decisão. Da mesma forma acontecerá se ele (diretor) disser: “As coisas vão se expandir”. O funcionário ambicioso deduzirá que será promovido ou terá aumento de salário.


MECANISMOS PSICOLÓGICOS QUE PROTEGEM AS ORGANIZAÇÕES

            Se nos vimos diante de informações discrepantes é característica do ser humano distorcer a informação, rejeitá-la ou desprezá-la, para tornar a interpretá-la como sem valor e ainda como recurso final, eliminá-la.


 REJEIÇÃO DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO

            Quantas vezes jogamos fora circulares de propaganda? Porque possuímos uma concepção geral das fontes de comunicação?
            Determinadas técnicas de comunicação tornam-se ineficientes devido a sua rotina, perdendo dessa forma sua característica principal que é a de informar. Sabemos que as informações advindas de relatórios, boletins, etc., por serem rotineiras não atingem seus objetivos, isto é, passam diretamente para os arquivos. Os comunicadores deverão ter o cuidado de serem criativos e constantemente estarem se renovando.


 BARREIRAS QUE IMPEDEM AS COMUNICAÇÕES

            Como principal barreira da comunicação destaca-se a distorção de seu conteúdo; há mecanismos psicológicos de rejeição; tendência a rejeitar todo o conjunto da informação.

 AS PESSOAS QUE FAZEM COMUNICAÇÃO DEVEM OBSERVAR

            - Cuidado com a relação entre suas declarações e o que poderá ocorrer dentro da empresa;
            - Ver se a declaração possui o mesmo valor do seu conteúdo;
            - Analisar as dificuldades existentes para obter melhor comunicação.

DOIS DOS MAIORES AUXILIOS À COMUNICAÇÃO

            - Aprender a transmitir a comunicação de acordo com a concepção que o ouvinte faz da situação;
            - Transmitir a comunicação parceladamente, isto é, por jatos de palavras e nunca de um só fôlego.

 COMO RECEBEMOS O MUNDO EXTERIOR

            A nossa comunicação é transmitida e recebida do mundo exterior por meio dos nossos sentidos. A impressão recebida do mundo exterior é o que se chama de “sensação”.
            A sensação analisada parte a parte é o que se chama de percepção. A percepção é um processo interpretativo da sensação. Exemplo: Um mesmo desastre de automóvel será visto diferentemente pela percepção de cada pessoa, dependendo de sua atividade no meio social, ou melhor, de sua profissão; seja médico, mecânico, advogado, professor, etc., cada um observará com uma visão diferente.
            Arnold salienta que há uma seqüência para avaliar uma situação:
1)      A percepção;
2)      Avaliação propriamente dita;
3)      Expressão com que vai se revestir;
4)      A ação.

 LEIS DA PERCEPÇÃO

            São duas as leis da percepção:

a)      Lei da proximidade – afirma que as percepções se unem; quando geradas por uma mesma sensação. Quando os elementos visuais que têm cor, forma ou textura semelhantes são vistos como pertencentes de uma mesma categoria, de uma mesma estrutura.

b)      Lei da semelhança – as percepções semelhantes são associadas mesmo que estas não pertençam a mesma sensação. Quando mais próximo maior a possibilidade de agruparmos os objetos.
 Até a próxima..


terça-feira, 19 de dezembro de 2017

O PLATEAU E A ORIENTAÇÃO VOCACIONAL

O termo “plateau” deriva do francês e quer dizer planalto. Esse termo aplica-se à psicologia com respeito às vocações. Afirmam certos psicólogos ser o plateau a fase de estagnação, de adormecência das vocações. Esta estagnação deverá acontecer quando o indivíduo, por varias razões, não seguiu aquele “apelo irresistível” como bem afirma Pieron, quando fala de vocações.
            As vocações estarão como que se acotovelando dentro de nosso cérebro somente até a adolescência. Observa-se algumas exceções decantadas por aqueles que combatem o plateau. Tais exceções são:

a) Goughin – bancário que após ter se aposentado tornou-se pintor de quadros considerados obras-primas para a época;

b) Um médico italiano que após ter clinicado vários anos torna-se um exímio piloto de  aeronaves;

c) Um Francês septuagenário que se torna um emérito escritor e publica um romance de primeira qualidade.



Até a próxima..

segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

Comportamento dos homens no trabalho

Nos fins do século passado os psicólogos passaram a se preocuparem com o comportamento do homem no trabalho, observando as suas mudanças neste comportamento, levando a pensarem nos problemas que estas criaturas experimentavam em seus lares ou na vida comum. Daí em diante passa-se a preocupar-se com o homem-todo. Essa preocupação nos dias de hoje está tão acentuada que as empresas deverão possuir, no seu quando de pessoal, um psicólogo.


 Ameaça de desemprego

            Incentivo negativo – gerador de insegurança emocional – um administrador que se preze jamais deverá ameaçar seu funcionário com demissão porque criará neste uma carga de insegurança capaz de conseqüências imprevisíveis.

  Opinião sobre o trabalho dada por um psicólogo

            Produzir mercadorias que a sociedade necessita. Servir como veículo que faculta o operário a adaptar-se ao padrão de uma civilização.

  Realçar o orgulho do homem

            As recompensas estatuídas (regulamentadas) são incentivos benéficos, positivos que projetam uma empresa no seio da comunidade.

  GRUPO DE TRABALHO

 CONCEITO

            O homem é um animal racional, social, livre e como conseqüência não pode viver isoladamente.
            A família é o grupo social mais elementar, tida como “célula mater” da sociedade.
            O homem necessita ser aceito e aceitar. Dentro desses dois princípios é que se vão formar os grupos sociais no trabalho. Os principais são:

a) Grupos primários – grande força, sempre inferior a 10 elementos  (positivos ou negativos);
b) Grupos secundários – organizados são positivos (sindicatos)                            


SUPERVISOR DE LINHA

            O Supervisor de linha representa a supervisão de nível mais baixo; ele atua entre seu grupo de trabalho, de onde ele se originou e o supervisor imediatamente acima dele. A posição exercida pelo supervisor de linha é das mais difíceis pois ele fica entre dois fogos; os operários que ele supervisiona, que também são seus colegas e seu supervisor. O supervisor de linha é guindado a tal função dado a sua experiência e qualidades de liderança. O trabalho do supervisor de linha consiste em: fazer os outros trabalhar. (trabalhar através de outras pessoas).


 SELEÇÃO E ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL

            Seleção é a busca do homem certo para o lugar certo. A seleção exige analistas para a elaboração de testes vários, tais como:
            - Teste vocacional,
            - Teste profissional
            - Teste psicotécnico
            - Teste de inteligência
            - Teste de personalidade        - Entrevista - biográfico
                                                           - De projeção – o mais exato.

            Este conjunto de testes é o que se chama “Bateria de testes”. A credibilidade dessa bateria de testes chega a 90% de acertos.


Até a próxima...

sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

Personalidade na Empresa

É de grande importância a personalidade daquele que vai desempenhar uma atividade na sociedade. Por essa razão o indivíduo para ser colocado num determinado cargo, deverá ser antes submetido a testes que possam avaliar a sua personalidade.
            Procura-se através dos testes a justa adequação entre o homem e a atividade para a qual ele está sendo testado. É a busca do homem certo para o lugar certo.
            O sucesso de uma empresa dependerá do grau de adaptação do funcionário à função. Testes de personalidade e de inteligência deverão ser preparados por psicólogos experimentados que darão assessoramento ao departamento de pessoal da empresa. Os testes de personalidade se apresentam sob duas formas:

- Biográficos – que faz uma devassa na vida pregressa do testado, mas não oferece fidelidade por omissão de certos fatos;

- Projetivos – aquele que de uma forma sutil faz com que o testado projete características de sua personalidade que ocultaria se o teste fosse de forma direta.


 Ação do Administrador

            O Administrador deverá procurar o equilíbrio entre a produção e o homem que produz. Deverá também ver o homem como pessoa humana (com virtudes e defeitos), nunca procurar subestimar ou supervalorizar esse homem. O homem é o fim último da Empresa. Administrar é administrar pessoas.


 Contratos de Experiência

            As empresas de hoje, amparadas na C.L.T. usam muito os contratos de Experiência que variam de 30 a 90 dias, com isto pensam em melhor selecionar o homem o que não é uma realidade.


Preocupação com a família

            A empresa deverá proporcionar atendimento Médico-hospitalar e Odontológico a seus funcionários e familiares, bem assim como criar na própria empresa um ambulatório para os primeiros socorros.


 Salários

            A Empresa deverá possuir um Plano de classificação de Cargos e Salários cientificamente organizados que possibilite ao homem uma ascensão dentro da empresa.


Avaliação do desempenho

            Importante para as promoções e conseqüente remuneração.


República de Platão

            Uma das obras mais notáveis de Platão, nela ele faz uma abrangência política de um estado ideal. Nesta obra Platão imagina uma divisão social nas seguintes classes:

a) Dos filósofos          dirigir a República                  alma racional              (cabeça)
b) Dos guerreiros        guardiões da República          alma irascível              (peito)

c) Dos escravos          produtores                              alma concupiscível     (vísceras)

Até a próxima...

quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

Como a hereditariedade influencia a formação da personalidade

Em primeiro lugar é preciso deixar bem claro que a hereditariedade não se constitui em causa direta do comportamento. Sua influência se dá de forma indireta, através das estruturas orgânicas pelas quais respondemos aos estímulos.
            Para se compreender melhor a influência da hereditariedade, é útil distinguir entre hereditariedade da espécie e hereditariedade individual.

            A hereditariedade da espécie caracteriza todos os membros de uma mesma espécie. Certas possibilidades e limitações do comportamento já são estabelecidas aqui pelas diferentes estruturas orgânicas herdadas. As estruturas orgânicas diferentes é que possibilitam ao pássaro voar e ao homem falar e não possibilitam o vice-versa. Enfatiza-se a expressão “possibilidade”, já que a presença de determinada estrutura é condição necessária, mas não suficiente para o desenvolvimento de determinado comportamento. O fato de possuirmos uma estrutura que nos permite falar línguas estrangeiras não garante que necessariamente as falaremos. As estruturas são herdadas, mas o comportamento não.
            A maturação é o processo fisiológico pelo qual a hereditariedade atua durante toda a vida, determinando mudanças na estrutura do corpo, no funcionamento das glândulas e do sistema nervoso. Em conseqüência, também ocorrerão mudanças no comportamento. Assim, é também responsabilidade da hereditariedade da espécie que espécies diferentes tenham diferentes ritmos de maturação.
            O conhecido estudo de Kellogg, da Universidade de Indiana, apontou este fenômeno. Esses estudiosos trouxeram para casa um filhote de chipanzé, e o trataram em tudo como a seu próprio filho. As mesmas condições de estimulação e aprendizagem foram garantidas. O chipanzé, devido ao seu ritmo de maturação, aprendeu a subir uma escada e a descê-la, abrir uma porta, operar um interruptor de luz, beber em um copo, comer com a colher e controlar os esfíncteres, tudo isto bem antes da criança. No entanto, aos poucos a criança passou a superar o animal.
            A hereditariedade da espécie determina, ainda, que espécies diferentes tenham diferentes comportamentos instintivos ou não aprendidos.

            A hereditariedade individual é a que, excetuando-se a influência do ambiente, faz um indivíduo ser diferente de outro da mesma espécie. Os indivíduos, já por ocasião do nascimento, diferem acentuadamente quanto ao nível de atividade. Isto por sua vez, acarretará diferenças acentuadas na maior ou menor percepção de estímulos e conseqüente aprendizagem. Desde o nascimento, umas crianças reagem prontamente às variações de luz, som, temperatura, e outras permanecem quase insensíveis.
            Provavelmente, os fatores hereditários desempenham papel mais preponderante na determinação dos padrões de comportamento dos animais do que dos seres humanos. Mesmo assim nossas diferenças fisiológicas, determinadas geneticamente, desempenham papel decisivo na formação de nossa personalidade.
            Apesar de não existir uma relação causal direta entre estruturas hereditárias e auto-estima, agressividade, sociabilidade e outras características de personalidade, nós nos comportamos por meio de nosso corpo e a estrutura e funcionamento do organismo são influenciado pela hereditariedade.
            A nossa aparência física influencia muito na maneira pela qual seremos tratados pelos outros e a partir das relações interpessoais se estabelecem muitas características pessoais, como o auto-conceito e outras.
            São aceitos os princípios segundo os quais incapacidades corporais e deformidades físicas influenciam a personalidade. Elas determinam não só um auto-conceito negativo, mas também desencadeiam mecanismos compensatórios. Adler defendeu com vigor esta tese.
            De um modo geral, as pesquisas indicam que pessoas portadoras de defeitos físicos ou muito diferentes fisicamente, da maioria das pessoas na sua cultura, apresentam um índice maior de retraimento social, infelicidade e comportamentos defensivos. Esses indivíduos são, em geral, desestimados pela sociedade e tem grande propensão para aceitar esse julgamento desfavorável, o que os conduz inevitavelmente a um conceito negativo de si mesmos. Interiorizado o conceito negativo, passam a agir de acordo com ele. O nível de ansiedade também costuma ser maior nessas pessoas. Sob o domínio da ansiedade, sentem maiores dificuldades e enfrentam menos adequadamente o meio.
            Outra descoberta que atesta a influência da hereditariedade individual sobre a personalidade é que inúmeras desordens de comportamento pressupõem certas predisposições orgânicas herdadas. Estados depressivos, por exemplo, podem ser causados por insuficiência de insulina.
            Para concluir, ressalta-se a idéia de que a hereditariedade não é causa direta do comportamento, mas através das estruturas orgânicas, estabelece limites para as manifestações comportamentais.

            Parece ser útil a divisão do conceito de ambiente em ambiente físico e social. O primeiro se refere às influências da nutrição, temperatura, altitude; o segundo às influências das relações interpessoais.
            Pode-se, portanto, incluir sob o rótulo “ambiente”, um número enorme de fatores que influem na formação da personalidade. Entre eles estão: a situação pré-natal, as primeiras experiências infantis, a constelação familiar, as relações entre pais e filhos, as variadas influências culturais e institucionais e muitos outros.
            Já são amplamente conhecidos os resultados de alterações no ambiente pré-natal. Dieta inadequada, ingestão de drogas e tratamento de raio X durante a gravidez podem alterar profundamente a personalidade do futuro bebê. Emoções fortes e prolongadas, neste período, podem fazer o mesmo. Isto se deve, provavelmente, às alterações hormonais que passam através da placenta para o feto, tornando-o excessivamente ativo. Depois do nascimento, esta criança pode continuar a sofrer os efeitos destas alterações, sendo hiperativa e irritável.
            A nutrição é um fator dos mais importantes no desenvolvimento da personalidade em muitos, senão em todos os aspectos, como, inteligência, constituição física, coordenação motora, atenção, memória, etc., sem se falar nas características derivadas destas, como é o caso do auto-conceito.
            As primeiras experiências na vida de uma pessoa são as mais importantes. Freud e a maioria dos estudiosos acreditavam que a estrutura da personalidade é fixada nos primeiros anos de vida; o que ocorre ou deixa de ocorrer nesse período é decisivo.
            Tem-se pesquisado bastante, recentemente, sobre os efeitos das privações de estimulação nos primeiros momentos da vida. Vários estudos envolvendo crianças criadas em orfanatos, comparadas com crianças criadas em ambientes familiares, apontam, naquelas, uma série de problemas como saúde fraca, declínio intelectual progressivo e desajuste social e emocional.
            As privações sensoriais iniciais têm uma influência marcante no desenvolvimento da criança, que não é facilmente superada mesmo que depois se lhes ofereça um meio estimulante. Os estudos efetuados com as chamadas “crianças selvagens” ilustram bem este ponto. Com animais, muitas são as pesquisas sobre privação sensorial ou qualquer condições especiais do ambiente no início da vida.
            Harlow e Zimmermann estudaram macacos criados por mães verdadeiras e mães substitutas feitas de pano e arame. Em situações de emergência, os filhotes recorriam a mãe substituta de pano, independentemente de qual delas havia amamentado o animal. Ficou claro que o contato macio e aconchegante representa uma estimulação importante. Mesmo os filhotes criados com a mãe de pano, comparados aos criados com a mãe verdadeira, apresenta, na vida adulta, comportamentos peculiares e anormais. São mais agressivos e anti-sociais, apresentam desenvolvimento psicomotor deficiente e tem grande dificuldade de manter relações sexuais normais.
            Freud foi um dos primeiros estudiosos a chamar a atenção para as experiências traumatizantes, principalmente na primeira infância. Atribuiu grande importância a certas atividades como a de alimentar a criança, o treinamento para o controle dos esfíncteres, educação sexual e o controle da agressividade.
            Alfred Adler procurou na constelação familiar uma explicação para a personalidade. Cada membro da família tem uma posição diferente que é determinada pelo sexo e pela ordem de nascimento. Essa posição no contexto familiar gera certas características peculiares.
            Rosenthal estudou a relação existente entre expectativas dos pais e o nível de aspiração e desempenho dos filhos.

            Além das primeiras experiências e do meio familiar, a sociedade exerce poderosa influência sobre a personalidade, particularmente no período da adolescência, quando os grupos de amigos, a escola e a cultura tornam-se poderosos agentes determinantes da personalidade.

Até a próxima... 

quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

A FORMAÇÃO DA PERSONALIDADE

A configuração única da personalidade de um indivíduo desenvolve-se a partir de fatores genéticos e ambientais.
            Os fatores genéticos exercem sua influência através da estrutura orgânica e do processo de maturação. Os fatores ambientais incluem tanto o meio físico como social e começam a influenciar a formação da personalidade já na vida intra-uterina. No mesmo instante em que o óvulo é fecundado, o ser humano recebe a totalidade de sua herança genética. Nada poderá ser acrescentado. Mas a partir do momento da fecundação, este projeto de indivíduo se encontra necessariamente sob a influência de um ambiente, o útero materno, habitat primário dos mamíferos. Portanto, do ponto de vista da genética, nem tudo aquilo com que nascemos é hereditariedade.


Personalidade e Hereditariedade

            Hereditariedade é a transmissão de caracteres dos pais aos seus descendentes através dos genes. Os genes (ou gens) são estruturas minúsculas encontradas nos cromossomos, presentes no núcleo das células.
            As células humanas, como se sabe, têm 46 cromossomos dispostos em 23 pares. As células germinativas (espermatozóide e óvulo) contêm apenas um membro de cada par, de modo que, quando se unem e formam o zigoto, completam novamente os 23 pares. Assim na formação de cada novo indivíduo, exatamente a metade dos cromossomos vem do pai e a outra metade, da mãe.
            Um cálculo teórico estabeleceu em 8.385.108 o número possível de combinações diferentes de cromossomos para um único homem ou para uma mesma mulher. Resulta daí que, numa concepção, qualquer um destes milhões de espermatozóides diferentes pode fecundar qualquer um dos milhões de tipos de óvulos. A possibilidade de nascerem indivíduos diferentes, no entanto, é ainda infinitamente maior dado o fenômeno do “atravessamento”, isto é, à possível troca de genes entre os cromossomos.
            Apontam Bigge e Hunt (1994) que as combinações possíveis de genes são de tal ordem que um único casal poderia ter 20 tipos diferentes de crianças, número superior ao total de seres humanos que jamais existiram.
            Não é surpreendente, portanto, que dois irmãos possam ser muito diferentes entre si e nem que cada pessoa seja única no mundo.

            Seria um erro pensar, entretanto, que a hereditariedade estabeleça apenas diferenças entre as pessoas; existe um limite para as diferenças individuais estabelecidas pela hereditariedade. Qualquer que seja a combinação de cromossomos que venha a ocorrer, nada poderá estar aí que não tenha provindo de um dos pais. Quanto mais próximas as relações de parentesco entre as pessoas, menores são as diferenças genéticas encontradas. Assim, as diferenças entre primos são maiores do que entre irmãos, entre gêmeos fraternos do que entre gêmeos idênticos. Os gêmeos univitelinos são as únicas pessoas iguais entre si do ponto de vista genético. Por isso, são de grande interesse para o estudo das questões ligadas à hereditariedade. 

Até a próxima,..

terça-feira, 12 de dezembro de 2017

PERSONALIDADE

 INTRODUÇÃO

            Todos nós já ouvimos falar, provavelmente muitas vezes, em personalidade; ou é um pai orgulhoso, falando que seu filho tem uma personalidade forte, ou alguém ressentido, dizendo que seu colega não tem personalidade.
            O que essas pessoas estariam querendo dizer com essa palavra? Pode ser que o pai esteja dizendo que seu filho exerce uma influência marcante sobre os amiguinhos dele e a outra pessoa, quem sabe, está afirmando que o colega não sustenta suas opiniões em todas as situações.
            O que parece comum, nestes exemplos, e também sempre que a palavra personalidade é usada na linguagem informal, é a referência a um atributo ou característica da pessoa, que causa alguma impressão nos outros. Isto também é válido quando se ouve falar em personalidade tímida ou agressiva.
            Este significado implícito é derivado, provavelmente, do sentido etimológico da palavra.


 CONCEITO

            Personalidade se origina da palavra latina “persona”, nome dado a máscara que os atores do teatro antigo usavam para representar seus papéis (per sona significa soar através).
            O sentido original do termo está, pois, bastante relacionado ao sentido popular porque se refere à aparência externa, à impressão que cada um causa nos outros.
            O psicólogo Gordon Allport, da Universidade de Harvard, listou cinqüenta definições diferentes da palavra e, depois de estudá-las, classificou-as em categorias gerais. Este estudo e outros que posteriormente foram feitos, permitiram identificar a existência de idéias fundamentais comuns a respeito da personalidade, Isto é, pode-se perceber princípios subjacentes às várias tentativas de conceituar personalidade. Estes princípios são:

a) Princípio da globalidade – Os vários traços e características, os vários sistemas, cognitivo, afetivo e de comportamento são integrados e fundidos. Elementos inatos, adquiridos, orgânicos e sociais são incluídos no conceito de personalidade. Personalidade é tudo o que somos.

b) Princípio social – É impossível pensar em personalidade sem dimensões sociais. As características de personalidade se desenvolvem e se manifestam em situações sociais. A personalidade consiste nos hábitos e características adquiridos em resultado das interações sociais, que promovem o ajustamento do indivíduo ao meio social.

c) Princípio da dinamicidade – Personalidade é um conceito essencialmente dinâmico. Os vários elementos interagem, combinando-se e produzindo efeitos novos e originais. Entende-se, pois, que a personalidade é o que organiza integra e harmoniza todas as formas de comportamento e características do indivíduo, de tal maneira que há um grau de coerência no comportamento. Apesar da coerência e estabilidade, a personalidade é sempre capaz de receber novas influências, adaptar-se a novas circunstâncias.

d) Princípio da individualidade – A personalidade é sempre uma realidade individual, que marca e distingue um ser do outro. Há sempre uma dimensão peculiar e única da personalidade. Cada um de nós é único no mundo. A personalidade, então, é o conjunto de todos os aspectos próprios do indivíduo pelos quais ele se distingue dos outros.
            A partir de todas estas concepções comumente aceitas, pode-se, resumindo, dizer que, personalidade é o conjunto total de características próprias do indivíduo que integradas, estabelecem a forma pela qual ele reage costumeiramente ao meio.

Até a próxima...


segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

O HOMEM COMO UM SER SOCIAL

Somos sociais não apenas porque dependemos de outros para viver, mas porque os outros influenciam na maneira como convivemos com nós mesmos e com aquilo que fazemos.

            O homem é um ser social, e o ambiente de trabalho é o local onde esse conceito é mais testado durante nossa vida adulta. Praticamente já não existem profissões exercidas isoladamente, como faziam os antigos artesões. A maioria das funções atualmente é executada por equipes. E, muitas vezes, haja paciência para tolerar a convivência dentro da empresa, que já foi definida como um campo minado, em que, a qualquer momento podemos pisar no lugar errado e detonar um sentimento até então escondido. A raiva, o ciúmes, as frustrações, o medo passam muito tempo escondidos antes de se mostrarem em sua plenitude destrutiva.

            É também no grupo, por outro lado, que vive a afetividade, a capacidade de compartilhar sentimentos positivos, aprender e colaborar. É tudo uma questão de saber cutucar as moitas certas.

            Pense um pouco em seu ambiente de trabalho, e faça uma pequena análise. Você perceberá que está relacionado de forma permanente com dois fenômenos: com o trabalho em si, e com as relações interpessoais. A ligação com a tarefa engloba a aptidão que você tem, se gosta ou não do que está fazendo, o resultado financeiro, o volume de trabalho e seu projeto pessoal de vida do qual este trabalho faz parte. Nas relações interpessoais entram a dependência funcional que as pessoas têm entre si e também a relação propriamente dita, o seu lado humano.

            Pois bem, o resultado e a qualidade do trabalho que você faz depende desses dois fatores, e ainda depende da interação entre ambos. Gostar do trabalho, mas viver em um ambiente ruim não é muito diferente de não ter aptidão para a tarefa apesar de estar entre amigos. A tendência em ambos os casos é não durar muito seu estoque de energia para trabalhar. A mediação entre esses dois fatores foi estudada pelo psicólogo social Kurt Lewin e foi chamada por ele de “campo de forças”. Nosso desempenho depende da interação dessas forças.

            O ambiente é fundamental, inclusive porque a percepção do valor e da beleza do trabalho pode ser influenciada por ele. Complexo, não é mesmo?

            Vem daí a importância dos substantivos “validação”, “colaboração”, “estímulo”, “feedback”, “mediação”, “tolerância”, “motivação”, “liderança”, que devem ser cada vez mais transformados em verbos e conjugados intensamente nos ambientes de trabalho.

            Você trabalha em equipe quando todos os membros compartilham o objetivo comum, colaboram sinergicamente entre si e quando há qualidade nas relações interpessoais. Se faltar um desses três elementos não é uma equipe, apenas um grupo. Se faltarem os três estaremos diante de um simples bando.

            O homem é um ser social por que é frágil demais para viver sozinho. No entanto, sua maior desgraça reside no fato de que ele ainda não aprendeu bem a viver em sociedade. Ainda está acordando para o fato de que conviver significa levar em consideração o semelhante com todas as suas características pessoais. Conviver significa compartilhar, repartir, confiar, tolerar, ajudar, entender.

            Às vezes comparamos a empresa com uma família, que é um lugar onde as diferenças também existem, mas devem ser sempre menores que as ligações afetivas que só há na família. Já se disse que ter uma família é “ter em quem confiar e ter a quem ajudar”. Essa é uma bela definição de família e também de grupo social, pois não há quem possa dispensar a necessidade de confiar nos outros, e não há quem não possa ou não se sinta bem ao colaborar com seu companheiro.

            O homem é um ser social, e o homem é um ser consciente. Quanto maior a consciência maior a qualidade do convívio social. E a consciência significa uma visão clara do mundo circundante complementado por uma análise lúcida de sua relação com esse mundo. Quanto maior a lucidez, maior e melhor sua relação com o semelhante, seja o irmão, o colega, o cliente, o estranho.


            E não esqueça: ninguém nasce lúcido e ninguém compra lucidez no varejo. Lucidez se constrói com algum esforço através da educação. Aquela educação completa, a que é para a vida toda e que às vezes leva uma vida para se completar. Mãos à obra, que ainda dá tempo!

Até a próxima...

sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

Instituições

Instituições são organizações ou mecanismos sociais que controlam o funcionamento da sociedade e dos indivíduos. São produtos do interesse social que refletem as experiências quantitativas e qualitativas dos processos socioeconômicos. Organizadas sob a forma de regras e normas, visam à ordenação das interações entre os indivíduos e entre estes e suas respectivas formas organizacionais.
            Tornando mais econômicas essas interações, as instituições (formais ou informais), são instrumentos indispensáveis à compreensão da lógica evolutiva das partículas sociais, sendo o seu estudo primordial ao entendimento dos complexos processos pelos quais o Capital se estrutura. Em essência, as instituições são responsáveis pela organização das interações sociais, analisando sua evolução e desenvolvendo métodos que as associem a um ambiente favorável à alocação racional de recursos que otimizem a satisfação das suas necessidades.
Exemplos de instituições:
            - As instituições políticas incluem os órgãos e os partidos políticos.
            - As instituições religiosas possuem nomes de acordo com a religião, podendo ser            chamadas de igrejas, templos, sinagogas, mesquitas, centros espíritas ou outras   denominações.
            - As instituições educacionais são as escolas, universidades, etc.

            - Certos mecanismos sem uma base física são igualmente considerados instituições,         como o casamento, a pressão social, a linguagem etc.

Até a próxima...

quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

Organizações

Organização é um grupo de indivíduos associados com um objetivo comum. Exemplo: empresas, associações, órgãos do governo, ou seja, qualquer entidade pública ou privada. As organizações são compostas de estrutura física, tecnológica e pessoas.
            Segundo Montana (2003, p. 170) organizar é o processo de reunir recursos físicos e humanos essenciais à consecução dos objetivos de uma empresa.
            A estrutura de uma organização é representada através do seu organograma.
            Segundo Maximiano(1992), uma organização é uma combinação de esforços individuais que tem por finalidade realizar propósitos coletivos. Por meio de uma organização torna-se possível perseguir e alcançar objetivos que seriam inatingíveis para uma pessoa. Uma grande empresa ou uma pequena oficina, um laboratório ou o corpo de bombeiros, um hospital ou uma escola são todos exemplos de organizações.
            Uma organização é formada pela soma de pessoas, máquinas e equipamentos, recursos financeiros e outros. A organização então é o resultado da combinação de todos estes elementos orientados a um objetivo comum.
            Organizar compreende atribuir responsabilidades às pessoas e atividades aos órgãos (unidades administrativas). A forma de organizar estes órgãos chama-se de departamentalização.

            Do grego "organon", organização significa instrumento, utensílio. De acordo com Bilhim (2006) "a organização é uma entidade social, conscientemente coordenada, gozando de fronteiras delimitadas que funcionam numa base relativamente contínua, tendo em vista a realização de objetivos comuns". Sobrevivência e crescimento (metas e objetivos) é o que a maioria ambiciona. Objetivos que exigem grupos de duas ou mais pessoas, que estabelecem entre eles relações de cooperação, ações formalmente coordenadas e funções diferenciadas hierarquicamente.

Até a próxima...

quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

Grupos, Organizações e Instituições

Grupo Social

            Um conjunto de pessoas num determinado local, por exemplo, no ponto de ônibus, não caracteriza um grupo.

            O Grupo social supõe um conjunto de duas ou mais pessoas num processo de relação mútua e organizado com a finalidade de atingir um objetivo imediato ou mais a longo prazo. O objetivo imediato pode ser, por exemplo, fazer um trabalho escolar e, mais a longo prazo, conseguir um jornal mural para a sala de aula. (D.A. e D.C.E.).
            A consecução do objetivo impõe tarefas, regras que regulem as relações entre as pessoas (normas), um processo de comunicação entre todos os participantes do grupo e o próprio desenvolvimento do grupo em direção ao seu objetivo.
           
            O processo grupal implica uma rede de relações que pode caracterizar-se por relações equilibradas de poder entre os participantes ou pela presença de uma figura ou subgrupo que detém o poder e determina as obrigações e normas que regulam a vida grupal. As relações de poder do grupo determinam ou influenciam o grau de participação dos membros nas decisões grupais, o processo de comunicação interno, o sistema de normas e punição e suas aplicações.
           
            Todo grupo tem uma história e, através dela, podemos verificar as mudanças que nele ocorrem. Por exemplo, as normas podem alterar-se no sentido de criação de novas ou revisão das antigas. O sistema de punição aos transgressores das normas pode tornar-se mais ou menos rígido, dependendo do grau de controle que o grupo quer manter sobre o comportamento de seus membros. O sentimento de solidariedade pode estabelecer-se como um importante fator de manutenção do grupo, e podem emergir conflitos em relação a valores (estudar ou não estudar), à normas (quem não cumpre uma tarefa deve ser expulso do grupo) e a outros aspectos da vida grupal. Esses conflitos originam-se do confronto permanente entre a diversidade de pontos de vista presentes no grupo. O conflito não leva, necessariamente, à dissolução do grupo e pode caracterizar-se como um momento de seu crescimento.

            A diversidade presente no grupo fica evidente, se pensarmos que um dos componentes do grupo da escola também participa de inúmeros outros grupos – do clube, do trabalho, da família. O mesmo ocorre com cada um dos demais participantes, que trazem para este grupo as vivências e experiências dos demais grupos ao longo de sua história de vida. Ao mesmo tempo, o grupo precisa processar as exigências e os controles externos exercidos sobre ele. Isto porque nenhum grupo está solto no ar, mas ligado a instituições, organizações da sociedade que lhe podem atribuir autonomia maior ou menor. Ou então, essa autonomia pode ser conquistada pelo grupo.

            Considerar o processo de desenvolvimento grupal significa considerar, também, que o grupo pode proporcionar a seus participantes condições de desenvolvimento e crescimento pessoal. Ninguém sai de um grupo igual a quando entrou nele. Participar de um grupo significa partilhar pontos de vista, representações, crenças, informações, emoções, desenvolver habilidades, aprender a desempenhar papéis de estudante, de filho, de profissional, etc.

            Esse partilhar contínuo torna cada membro do grupo agente e sujeito de um processo de determinações, de troca de significados. Um componente traz para o grupo o que ele é - o modo como pensa, sente e age -, e isto pode afetar o grupo, bem como o grupo pode mudar aspectos seus que não aceita. Vamos imaginar que esse componente do grupo tenha preconceito contra homossexuais. Ele pode ser levado a mudar essa atitude, porque os preconceitos não são valorizados neste grupo, cujos participantes têm uma história de pertencer a grupos democráticos. O preconceito dessa pessoa também é produto de sua história e, portanto, do seu processo de socialização.
           
            O Processo de Socialização é o processo de internalização (apropriação) do mundo social, com suas normas, valores, modo de representar os objetos e situações que compõem a realidade objetiva; é o processo de constituição de uma realidade subjetiva, que se forma a partir das primeiras relações do indivíduo com o meio social.

            O bebê, por exemplo, a partir do momento em que nasce, começa a sujeitar-se a horários, hábitos alimentares; posteriormente ocorre o treino de higiene, o aprender a andar, a aprendizagem da língua e assim por diante. O que o indivíduo aprende e como aprende caracterizam a peculiaridade de cada grupo, classe social, cultura. Neste sentido, a socialização está relacionada às condições objetiva de vida do indivíduo.

            Sabemos que a alimentação, as condições de moradia e de saúde variam de acordo com a classe social da criança, e ela sofrerá, ainda no útero materno, as conseqüências das condições objetivas de vida da mãe. Desta forma, podemos ir mais longe e afirmar que a socialização se inicia antes mesmo do próprio nascimento. Posteriormente, as diferenças permanecerão no sentido de uma infância mais, ou menos, protegida, isto é, dependendo de sua origem social, o jovem poderá, por exemplo, só estudar, estudar e trabalhar ou só trabalhar.

            A socialização pode ser dividida em Socialização primaria e Socialização secundária.

a) Socialização primária - consistem em grupos pequenos com relações íntimas; famílias, por exemplo. Podem ser caracterizados por contatos diretos ou indiretos, como corresponder-se com um irmão noutro país via e-mail. Eles geralmente mantêm-se durante anos.

            Outro aspecto importante a ser considerado é que a inserção de uma família em uma classe social de uma sociedade determinada faz com que o mundo e seus acontecimentos sejam “filtrados” para a criança. Os fatos e coisas do mundo já chegam com significação para ela. Por exemplo, uma família que mora em uma favela pode passar para o filho seus sentimentos e opiniões a respeito da discriminação social em que vive, em função de sua condição de moradia, de pobreza. Isto será internalizado pela criança.

            Essa internalização, no caso, tem grandes probabilidades de ocorrer porque a situação está se dando no grupo familiar, um grupo altamente significativo para a criança. A família ou seu substituto – creche, orfanato – constitui o grupo de socialização primária.

            A maioria das teorias psicológicas concordam com a importância desse primeiro grupo na formação do indivíduo. Estas mesmas teorias enfatizam diferentemente a família como instituição reprodutora das relações sociais mais amplas, seus aspectos de manutenção de valores e leis sociais e, portanto, sua socialização para a docilidade e para o conformismo social.

            A importância, impossível de ser negada, atribuída a este  grupo ou seu substituto sustenta-se, também, nas características próprias da criança pequena, em seus aspectos de dependência física e psíquica. Nos seus primeiros anos de vida, a criança depende do adulto para sua sobrevivência. Se ela não for alimentada, limpa, cuidada e amada, ela não sobreviverá.

            Essa dependência torna os adultos, que suprem as necessidades da criança e asseguram sua vida, pessoas muito importantes. Porém essa dependência não deve ser entendida como a criança sendo exclusivamente sujeito passivo no processo de socialização. Ela também interfere no seu meio familiar, muda os hábitos da família, “ensina” a mãe a ser mãe.

            O período de dependência poderá ser uma fase mais curta ou mais longa da vida do indivíduo. Isto variará, com certeza, em função das condições objetivas da vida da família, da cultura. Na zona rural, as crianças vão muito cedo ajudar no plantio e o mesmo ocorre nas populações de mais baixa renda, nos grandes centros urbanos industriais, onde a necessidade de trabalho para uma criança de sete anos impõe-se como garantia de sua sobrevivência. A mãe que trabalha numa fábrica e deixa a filha de oito anos cuidando do bebê estabelece para essa criança um nível de exigência diferente do da criança de oitos anos que nunca atravessou a rua sozinha ou fez uma compra na padaria da esquina. Em cada um desses casos, a dependência da criança em relação ao adulto é reforçada diferentemente pelo próprio adulto.

            Neste momento inicial da vida do indivíduo, existe um importante instrumento de socialização, que é a linguagem. A aquisição da linguagem é, ao mesmo tempo, produto da socialização anterior e facilitador da continuidade desse processo. Com a linguagem, intensifica-se a possibilidade de troca de experiência com o outro – adulto ou criança; a criança amplia seu domínio sobre o mundo e seus símbolos e aumenta sua capacidade de interferir nele, pois agora possui um código comum.

b) Socialização secundária - Ocorre em todos os outros grupos sociais do indivíduo, ao longo de sua vida. Essa socialização irá ocorrer na escola, no grupo de amigos (que, na adolescência, assume a importância como grupo de referência para o comportamento, hábitos, valores do jovem e o sustenta no seu enfrentamento com o adulto) e, mais tarde, no grupo de trabalho e noutros grupos de vivência e participação.

            Sempre vivemos em grupos sociais e, portanto, o processo de socialização é contínuo e não termina na idade adulta, na maturidade ou com a aposentadoria. Os conteúdos deste processo vão se diversificando, tornando-se cada vez mais complexos; as exigências do grupo quanto ao desempenho de seus membros vão se diferenciando, e o indivíduo vai adquirindo, cada vez mais, o poder de interferir no processo de construção de sua própria subjetividade e na construção do cenário social, contribuindo para sua manutenção ou transformação.

            Nesse processo ininterrupto de socialização, onde o indivíduo produz o mundo e a si próprio, ocorre a formação da identidade.

Até a próxima..

. Elaboração e gestão de projetos

As organizações desempenham uma enorme e complicada variedade de redes de trabalhos de maneira coordenada e simultânea. Em geral, os traba...