segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

O HOMEM COMO UM SER SOCIAL

Somos sociais não apenas porque dependemos de outros para viver, mas porque os outros influenciam na maneira como convivemos com nós mesmos e com aquilo que fazemos.

            O homem é um ser social, e o ambiente de trabalho é o local onde esse conceito é mais testado durante nossa vida adulta. Praticamente já não existem profissões exercidas isoladamente, como faziam os antigos artesões. A maioria das funções atualmente é executada por equipes. E, muitas vezes, haja paciência para tolerar a convivência dentro da empresa, que já foi definida como um campo minado, em que, a qualquer momento podemos pisar no lugar errado e detonar um sentimento até então escondido. A raiva, o ciúmes, as frustrações, o medo passam muito tempo escondidos antes de se mostrarem em sua plenitude destrutiva.

            É também no grupo, por outro lado, que vive a afetividade, a capacidade de compartilhar sentimentos positivos, aprender e colaborar. É tudo uma questão de saber cutucar as moitas certas.

            Pense um pouco em seu ambiente de trabalho, e faça uma pequena análise. Você perceberá que está relacionado de forma permanente com dois fenômenos: com o trabalho em si, e com as relações interpessoais. A ligação com a tarefa engloba a aptidão que você tem, se gosta ou não do que está fazendo, o resultado financeiro, o volume de trabalho e seu projeto pessoal de vida do qual este trabalho faz parte. Nas relações interpessoais entram a dependência funcional que as pessoas têm entre si e também a relação propriamente dita, o seu lado humano.

            Pois bem, o resultado e a qualidade do trabalho que você faz depende desses dois fatores, e ainda depende da interação entre ambos. Gostar do trabalho, mas viver em um ambiente ruim não é muito diferente de não ter aptidão para a tarefa apesar de estar entre amigos. A tendência em ambos os casos é não durar muito seu estoque de energia para trabalhar. A mediação entre esses dois fatores foi estudada pelo psicólogo social Kurt Lewin e foi chamada por ele de “campo de forças”. Nosso desempenho depende da interação dessas forças.

            O ambiente é fundamental, inclusive porque a percepção do valor e da beleza do trabalho pode ser influenciada por ele. Complexo, não é mesmo?

            Vem daí a importância dos substantivos “validação”, “colaboração”, “estímulo”, “feedback”, “mediação”, “tolerância”, “motivação”, “liderança”, que devem ser cada vez mais transformados em verbos e conjugados intensamente nos ambientes de trabalho.

            Você trabalha em equipe quando todos os membros compartilham o objetivo comum, colaboram sinergicamente entre si e quando há qualidade nas relações interpessoais. Se faltar um desses três elementos não é uma equipe, apenas um grupo. Se faltarem os três estaremos diante de um simples bando.

            O homem é um ser social por que é frágil demais para viver sozinho. No entanto, sua maior desgraça reside no fato de que ele ainda não aprendeu bem a viver em sociedade. Ainda está acordando para o fato de que conviver significa levar em consideração o semelhante com todas as suas características pessoais. Conviver significa compartilhar, repartir, confiar, tolerar, ajudar, entender.

            Às vezes comparamos a empresa com uma família, que é um lugar onde as diferenças também existem, mas devem ser sempre menores que as ligações afetivas que só há na família. Já se disse que ter uma família é “ter em quem confiar e ter a quem ajudar”. Essa é uma bela definição de família e também de grupo social, pois não há quem possa dispensar a necessidade de confiar nos outros, e não há quem não possa ou não se sinta bem ao colaborar com seu companheiro.

            O homem é um ser social, e o homem é um ser consciente. Quanto maior a consciência maior a qualidade do convívio social. E a consciência significa uma visão clara do mundo circundante complementado por uma análise lúcida de sua relação com esse mundo. Quanto maior a lucidez, maior e melhor sua relação com o semelhante, seja o irmão, o colega, o cliente, o estranho.


            E não esqueça: ninguém nasce lúcido e ninguém compra lucidez no varejo. Lucidez se constrói com algum esforço através da educação. Aquela educação completa, a que é para a vida toda e que às vezes leva uma vida para se completar. Mãos à obra, que ainda dá tempo!

Até a próxima...

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