Por que as práticas de que falamos não
são motivadoras? Vamos encontrar uma resposta na análise da natureza humana. O
homem possui uma natureza biológica e outra psíquica; cujas necessidades e
objetivos se encontram num plano diferente e mais elevado. Os incentivos
tradicionais e os que descrevemos acima giram em torno da natureza biológica do
homem, atendendo às necessidades que surgem nessa área. Bom salário, vantagens
adicionais, colônia de férias, tratamento adequado à pessoa, etc., deixam o ser
humano biologicamente satisfeito e atendido em suas necessidades fisiológicas,
de conforto, de segurança e de saúde. Contudo, essas práticas pouco têm haver
com a natureza psíquica que possui outras necessidades: De realização, de
crescer como pessoa (auto-realização), de reconhecimento e estima, e fazer
alguma coisa que lhe agrade e de fazê-la bem feito, de ascensão social, etc.
Motivar é mobilizar esta área psíquica
(superior) da pessoa. É implantar nessa parte da personalidade um móvel ou
“motor” de ação. Numa empresa, o indivíduo gosta de sentir-se solicitado como
pessoa, de receber responsabilidade, de aceitar um trabalho que o desafie.
Partindo desta premissa, pode-se motivar alguém com estas palavras: “Tenho uma
tarefa difícil para você. Mas sei que está à altura dela”. Tais palavras podem tornar-se
um gerador de ação dentro da pessoa. Sabendo-se digno de confiança, o
funcionário passa a ver e a sentir a tarefa de modo diferente. Sendo
responsável pelo trabalho e estando pessoalmente envolvido, quer mostrar que
tem capacidade para realizá-lo. É diferente do que alguém dizer: “Faça isto, e
você ganhará uma comissão de 10% “ ou “se não fizer isto, você será punido” ou
simplesmente “faça isto”.
Como já vimos, o incentivo parte
sempre do exterior, ao contrário da verdadeira motivação, que atua no interior
do indivíduo, levando-o a ação. Empresários de países sobretudo ricos,
consciente ou inconscientemente, fazem-se muitas vezes esta pergunta: “Por que
o pessoal não é mais produtivo? Pagamos bom salário, damos boas condições de
trabalho, temos excelentes vantagens adicionais e emprego estável. Mesmo assim,
o pessoal parece não estar disposto a despender mais do que o esforço mínimo”.
Para motivar não é preciso usar palavras, basta criar condições tais que
mobilizem o empregado como pessoa, como realizador que é, como ser responsável
que deseja ser, como ser social, justo e produtivo que é.
II - Fatores
de satisfação (fatores motivantes): Ou fatores intrínsecos, pois estão
relacionados com o conteúdo do cargo, com a natureza das tarefas que o indivíduo
executa e às recompensas ao desempenho profissional. Assim sendo, os fatores
motivacionais estão sobre controle do indivíduo pois estão relacionados com
aquilo que ele faz e desempenha. Os fatores motivacionais envolvem os
sentimentos de crescimento individual, de responsabilidade, de reconhecimento
profissional e as necessidades de autoreavaliação e dependem das tarefas que o
indivíduo realiza no seu trabalho. Os estudos de Herzberg levaram a conclusão
que os fatores que influíam na produção de satisfação profissional eram
desligados e distintos dos fatores que levaram a insatisfação profissional.
Assim, os fatores que causavam satisfação estão relacionados a própria tarefa,
relações com o que ele faz, reconhecimento pela realização da tarefa, natureza
da tarefa, responsabilidade, promoção profissional e capacidade de melhor
executá-la.
c) McClelland:
com seus "fatores n",
agrupando as necessidades humanas ligadas à motivação em três conjuntos de
motivos:
- Os ligados à necessidade de
realização;
- Os ligados à necessidade de poder; e
- Os ligados à necessidade de
afiliação.
Estes três produzem satisfações quando
suas necessidade são atendidas.
d)
Alderfer (79): A teoria ERC (Existência, Relacionamento, Crescimento ,ou
“ERG” - Existence, Relatedness e Growth), de Aladerfer. Esta teoria foi
desenvolvida pelo Psicólogo Clayton Alderfer, a partir do estudo da teoria de
Maslow e de pesquisas por ele realizadas. Alderfer, citado em Stoner &
Freeman (1999), concorda que a motivação do trabalhador pode ser medida
seguindo uma hierarquia de necessidades, porém sua teoria diverge da teoria de
Maslow em dois pontos básicos:
d.1)
A hierarquia foi dividida somente em três categorias:
- Necessidade
existencial:
Corresponde às necessidades básicas de Maslow, ou seja, às necessidades de
sobrevivência e de segurança, acrescentando-se os benefícios extras que são
oferecidos no local de trabalho;
-
Necessidade de
relacionamento: O ser humano tem de se relacionar com
outras pessoas, principalmente na aceitação do indivíduo no grupo de trabalho
ou no sentimento de pertencer a um grupo, seja ele interno ou externo á
organização. Diz um velho provérbio que "o ser humano não é uma ilha", por isso necessitamos de
contatos com outras pessoas. Corresponde à terceira necessidade de Maslow
(necessidade de aceitação e afeto);
- Necessidade de crescimento: Refere-se à necessidade que o ser
humano tem de criar, dar sugestões, participar, se sentir importante e
desenvolver sua capacidade produtiva. Desfrutar de um ajuste positivo
satisfatório ás necessidades do ambiente. Diz respeito ás necessidades de
auto-realização e auto-estima. Corresponde às duas últimas necessidades de
Maslow (respeito/reconhecimento e auto-realização).
d.2) Outro ponto em que
Alderfer discorda de Maslow é que, para o primeiro, quando ocorre uma
frustração quanto ao atendimento das necessidades mais elevadas, há uma
regressão para um nível inferior dentro da hierarquia, ou seja,
"...quando
as necessidades mais altas são frustradas, as necessidades inferiores retornam,
mesmo já tendo sido satisfeitas" Stoner & Freeman (1999:326). Maslow via
as pessoas subindo progressivamente dentro da hierarquia das necessidades,
enquanto que Alderfer percebia uma oscilação de direção, ou seja, dependendo da
situação, as pessoas subiam ou desciam dentro da hierarquia das necessidades.
Até a próxima...
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