terça-feira, 5 de setembro de 2017

Liderança X Autoridade

Autoridade é a capacidade ou poder de alguém
para tomar decisões e agir para implementá-las”. (Lacombe)

Conheceremos um pouco a respeito do que vem a ser a autoridade e sua atuação tanto no âmbito organizacional ou forma, quanto no âmbito das relações extra-organizacionais. Observem que o detentor da autoridade lhe faz uso para tomar decisões, bem como para agir conforme suas próprias opiniões. Mas, isso não quer dizer que toda autoridade é negativa. Weber classificou a autoridade em três tipos. Vamos conhecê-los.
                                                                                             
Ø  Autoridade Tradicional

A própria etimologia da palavra já nos dá uma noção de que se trata dos valores, costumes e tradições. Exercida comumente pelos pais, ela é muito utilizada para comparações do tipo “no meu tempo as coisas eram bem diferentes”.
Segundo Max Weber “a autoridade tradicional é imposta por procedimentos considerados legítimos porque sempre teria existido, e é aceita em nome de uma tradição reconhecida como válida”.
No campo organizacional a autoridade tradicional é usualmente praticada, principalmente por funcionários muito antigos.

Ø  Autoridade Carismática

Este tipo de autoridade refere-se ao poder individual ou pessoal de alguém, de acordo com suas próprias competências. A autoridade do tipo carismática é legitimada por seus próprios seguidores, independente da vontade de quem está sendo legitimado. Algumas vezes o líder carismático nem se dá conta do poder de influência que possui, já que essa influência não foi previamente desejada pelo mesmo. A autoridade carismática pode ser uma arma muito potente tanto para o bem como para o mal. Jesus Cristo, um dos exemplos de líder carismático mais clássico usou seu carisma para influenciar as pessoas à prática do bem em comum. Enquanto que Adolf Hitler cometeu uma das maiores barbaridades já registradas pela história utilizando-se desse tipo de autoridade

Ø  Autoridade Racional-legal

Baseada nos regulamentos e normas que concedem este tipo de autoridade. Ou seja, quem a possui recebeu esse direito de alguém ou de alguma norma anteriormente regulada. O que fundamenta sua dominação é a certeza de que as regras que lhes conferiram essa autoridade são legítimas e corretas. Enquanto a intensidade da autoridade carismática é definida pelos seguidores, a autoridade racional-legal tem seus limites controlados pelas esferas que lhes destinaram a autoridade. Esse fato é muito comum nas organizações, onde alguns funcionários, mesmo de cargos hierarquicamente superiores, têm suas ações monitoradas e controladas pela direção superior da empresa.
Fora do âmbito organizacional podemos citar como exemplo os regimentos militares.

ATENÇÃO: Uma pessoa ou uma organização pode reunir em si os três tipos de autoridade, dependendo das circunstâncias em que ambas se encontrem.


Anísio Renato de Andrade define autoridade como sendo “o legítimo poder de comando ou de ação, onde o líder é aquela pessoa que reúne as condições necessárias para conduzir o grupo ao objetivo comum. Do passado ele precisa trazer conhecimento, experiência e, como resultado, habilidade. Em relação ao presente, precisa ter ampla e clara percepção. Quanto ao futuro, o líder precisa ter visão. Estamos falando de conceitos ideais. Na prática, destaca-se a pessoa que consegue reunir a melhor combinação possível desses elementos”.

A autoridade também poderá ser classificada em:

§  Natural – surge a partir de determinados conhecimentos e habilidades;

§  Eleita – escolhida pelos próprios colaboradores, por conta de características naturais do líder;

§  Delegada – por uma instância superior ou passada atreves de gerações;

§  Imposta – de pouca aceitação por parte dos liderados e diz respeito à imposição de um líder sem que o grupo seja consultado.

Os limites da autoridade

Uma pergunta que muito se tem feito é em relação ao limite da autoridade, ou seja, qual é a linha divisória entre a autoridade positiva e a autoridade negativa. As empresas costumam cobrar muita responsabilidade de seus líderes, mas esquecem de oferecer-lhes autoridade suficiente para tanto. Diante dessa situação alguns líderes na tentativa de conseguirem a cooperação de seus liderados acabam por se utilizar de autoridade acrescida de arrogância. Instala-se o dilema: se ao líder é destinada pouca autoridade sua produção poderá ser ineficiente, já no caso de excesso de autoridade o risco é o de que ela seja imposta através de comportamento de arrogância e abuso.


Os jogos de Poder X Autoridade

Alguns líderes, na tentativa de conseguir a cooperação de seus liderados a qualquer custo utilizam-se de um artifício chamado de “jogo de poder”, cuja utilização de alguns dos tipos é considerada por muitos estudiosos em gestão de pessoas como sendo um meio desesperado de conseguir uma liderança eficaz. Abaixo apresentaremos as principais formas de utilização desses jogos.

Ø  Jogo da fraqueza – neste caso, a tática consiste em se colocar sempre em posição de vítima, tirando de si qualquer tipo de responsabilidade quanto a atos que possam vir a desagradar aos seus liderados. Com esse jogo o líder livra-se muitas vezes de ficar em má situação.

Ø  Jogo da informação – sua principal característica está em esconder as informações mais importantes, como meio de garantir sua necessidade na empresa. Tática bem típica daqueles que têm receio em perder seu posto na empresa.

Ø  O poder do “não” – esse poder na verdade consiste em não dizer sim para tudo que lhe é imposto. O “não” representa uma forma de mostrar que existe uma opinião própria formada, incapaz de ser influenciada por pressões ou opiniões de outrem.

Até a próxima...


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