O estilo de liderança classificado
como reativo será o objeto de estudo deste post, porém antes de iniciá-lo
vamos esclarecer que se trata de um estilo classificado como negativo pela
maioria dos estudiosos do comportamento organizacional, principalmente por seu
pequeno poder de iniciativa.
A liderança reativa tem como
característica principal sua passividade diante de fatos e pessoas (liderados)
fazendo com que esse tipo de gestão passe de agente ativo para mero passivo dos
acontecimentos. Esse comportamento gera uma espécie de “epidemia
organizacional”, pois dependendo de sua intensidade será responsável por
contaminar aos demais membros da organização.
O Líder Reativo
Facilmente identificado, está sempre
esperando que as coisas aconteçam, não agindo, nem buscando meios para qualquer
tipo de ação que venha a marcar seu desempenho. É o típico determinista, ou
seja, acredita que as coisas acontecem por uma tendência natural. A frase: “Se
aconteceu é porque tinha que acontecer” combina bem com esse tipo de líder. Ele
não se vê como um agente construtor do seu dia-a-dia, do contrário se considera
uma “vítima” da sociedade, que segundo sua concepção é a detentora prévia das
diretrizes a serem perseguidas.
O líder reativo não traça objetivos,
do contrário espera que o momento se encarregue de determinar os passos para
que o mesmo os persigam.
E o ambiente da liderança reativa?
Para o líder reativo o ambiente é o
principal norteador de seus atos, ele o que faz nada mais é que seguir as
contingências. Muitos acreditam que suas ações são inconscientes, não tendo o
mesmo a noção de que seus atos podem provocar. Ele acredita que não existe a
necessidade de um clima motivacional já que o ambiente se encarrega de tudo
cabendo ao mesmo apenas agir funcionalmente.
Em outras palavras o líder reativo
baseia a sua vida a partir de situações ocorridas no próprio ambiente, isto é,
o meio externo é o que determina seu comportamento pessoal. Suas reações não
são frutos de decisões pessoais, são reações advindas de situações externas,
porém com força suficiente para atingi-lo.
Segundo Rega, “as decisões são tomadas
e a organização anda à medida que as coisas vão acontecendo”.
O Líder Reativo e seus posicionamentos
Por ser representado por indivíduos
cuja motivação está sempre em baixa a postura do líder reativo diante de
situação, muitas vezes reversíveis, é de pura passividade. Para ele não há mais
o que ser feito, uma vez que algum episódio já aconteceu. Sua liderança pode
ser comparada a um pescador em um barco que faz o seu curso de acordo com o
movimento do rio, mesmo que esse pescador possua remos capazes de desviar esse
trajeto.
No âmbito organizacional, a postura do
líder reativo não é diferente. Principalmente quando o assunto é mediar
interesses do grupo de liderados, seu posicionamento é sempre o mais neutro
possível, evitando assim tomar partido de alguma das partes. Porém, procura
fazer com que seus liderados o vejam como um representante. Já para a
administração da empresa da qual faz parte, procura ser visto como um fiel
defensor das políticas organizacionais. Dessa forma procura estar sempre em harmonia
com os dois setores, apesar de no fundo não representar de fato a nenhum deles.
Essa é chamada “política da boa vizinhança”.
O líder reativo possui uma posição
muito estática acerca de suas idéias e pontos de vista. Não aceita críticas,
mesmo as do tipo construtiva e submete aos seus liderados as suas opiniões, não
importando que as mesmas sejam contrárias ao grupo como um todo. Não acredita e
nem aceita a possibilidade de uma mudança, fazendo sempre referência ao ditado
popular “nasceu assim, vai morrer assim”.
A Liderança Reativa na Mediação de
Conflitos
Como todo modelo tradicional de
liderança a reativa não vê nenhum tipo de benefício trazido pelos conflitos, ao
contrário ele é visto sempre como uma grande ameaça ao grupo e por isso é
sempre evitado.
De acordo com o nível de gravidade do
conflito o líder reativo assume uma postura. Vejamos:
- Conflito percebido – aquele em que
as partes discordantes percebem a sua existência, pelo fato das diferenças
de opiniões e objetivos, e em alguns casos percebe-se um real bloqueio.
Porém, neste nível o conflito encontra-se ainda na sua fase latente, ou
seja, ainda não foi explicitamente manifestado.
Neste
caso, geralmente, o líder tenta separar as partes conflitantes para tentar que
o mesmo não se desenvolva.
- Conflito experienciado – neste
nível o clima entre as partes envolvidas é bastante desagradável.
Sentimentos como desprezo, raiva e hostilidade são bastante comuns. As
partes têm total consciência de sua existência, porém tentam negá-lo. A
partir desse nível o líder reativo já transfere o problema para níveis
organizacionais mais elevados, isto é, não se sente responsável por fazer
a sua mediação.
·
Conflito manifestado – neste nível a
existência do conflito é explícita. É um conflito aberto, onde pelo comportamento
das partes envolvidas percebe-se a situação de discordância. Sua manifestação é
bastante clara e da mesma forma que o conflito experienciado, sua resolução
fica a cargo da administração da organização sendo resolvido na maioria das
vezes com a demissão das partes conflitantes.
Até a próxima...
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