quarta-feira, 13 de setembro de 2017

O Estilo Reativo de Liderança

O estilo de liderança classificado como reativo será o objeto de estudo deste post, porém antes de iniciá-lo vamos esclarecer que se trata de um estilo classificado como negativo pela maioria dos estudiosos do comportamento organizacional, principalmente por seu pequeno poder de iniciativa.     
                                                                                                              
A liderança reativa tem como característica principal sua passividade diante de fatos e pessoas (liderados) fazendo com que esse tipo de gestão passe de agente ativo para mero passivo dos acontecimentos. Esse comportamento gera uma espécie de “epidemia organizacional”, pois dependendo de sua intensidade será responsável por contaminar aos demais membros da organização.

O Líder Reativo

Facilmente identificado, está sempre esperando que as coisas aconteçam, não agindo, nem buscando meios para qualquer tipo de ação que venha a marcar seu desempenho. É o típico determinista, ou seja, acredita que as coisas acontecem por uma tendência natural. A frase: “Se aconteceu é porque tinha que acontecer” combina bem com esse tipo de líder. Ele não se vê como um agente construtor do seu dia-a-dia, do contrário se considera uma “vítima” da sociedade, que segundo sua concepção é a detentora prévia das diretrizes a serem perseguidas.
O líder reativo não traça objetivos, do contrário espera que o momento se encarregue de determinar os passos para que o mesmo os persigam.

E o ambiente da liderança reativa?

Para o líder reativo o ambiente é o principal norteador de seus atos, ele o que faz nada mais é que seguir as contingências. Muitos acreditam que suas ações são inconscientes, não tendo o mesmo a noção de que seus atos podem provocar. Ele acredita que não existe a necessidade de um clima motivacional já que o ambiente se encarrega de tudo cabendo ao mesmo apenas agir funcionalmente.
Em outras palavras o líder reativo baseia a sua vida a partir de situações ocorridas no próprio ambiente, isto é, o meio externo é o que determina seu comportamento pessoal. Suas reações não são frutos de decisões pessoais, são reações advindas de situações externas, porém com força suficiente para atingi-lo.

Segundo Rega, “as decisões são tomadas e a organização anda à medida que as coisas vão acontecendo”.

O Líder Reativo e seus posicionamentos

Por ser representado por indivíduos cuja motivação está sempre em baixa a postura do líder reativo diante de situação, muitas vezes reversíveis, é de pura passividade. Para ele não há mais o que ser feito, uma vez que algum episódio já aconteceu. Sua liderança pode ser comparada a um pescador em um barco que faz o seu curso de acordo com o movimento do rio, mesmo que esse pescador possua remos capazes de desviar esse trajeto.

No âmbito organizacional, a postura do líder reativo não é diferente. Principalmente quando o assunto é mediar interesses do grupo de liderados, seu posicionamento é sempre o mais neutro possível, evitando assim tomar partido de alguma das partes. Porém, procura fazer com que seus liderados o vejam como um representante. Já para a administração da empresa da qual faz parte, procura ser visto como um fiel defensor das políticas organizacionais. Dessa forma procura estar sempre em harmonia com os dois setores, apesar de no fundo não representar de fato a nenhum deles. Essa é chamada “política da boa vizinhança”.

O líder reativo possui uma posição muito estática acerca de suas idéias e pontos de vista. Não aceita críticas, mesmo as do tipo construtiva e submete aos seus liderados as suas opiniões, não importando que as mesmas sejam contrárias ao grupo como um todo. Não acredita e nem aceita a possibilidade de uma mudança, fazendo sempre referência ao ditado popular “nasceu assim, vai morrer assim”.

A Liderança Reativa na Mediação de Conflitos

Como todo modelo tradicional de liderança a reativa não vê nenhum tipo de benefício trazido pelos conflitos, ao contrário ele é visto sempre como uma grande ameaça ao grupo e por isso é sempre evitado.
De acordo com o nível de gravidade do conflito o líder reativo assume uma postura. Vejamos:

  • Conflito percebido – aquele em que as partes discordantes percebem a sua existência, pelo fato das diferenças de opiniões e objetivos, e em alguns casos percebe-se um real bloqueio. Porém, neste nível o conflito encontra-se ainda na sua fase latente, ou seja, ainda não foi explicitamente manifestado.
Neste caso, geralmente, o líder tenta separar as partes conflitantes para tentar que o mesmo não se desenvolva.

  • Conflito experienciado – neste nível o clima entre as partes envolvidas é bastante desagradável. Sentimentos como desprezo, raiva e hostilidade são bastante comuns. As partes têm total consciência de sua existência, porém tentam negá-lo. A partir desse nível o líder reativo já transfere o problema para níveis organizacionais mais elevados, isto é, não se sente responsável por fazer a sua mediação.

·         Conflito manifestado – neste nível a existência do conflito é explícita. É um conflito aberto, onde pelo comportamento das partes envolvidas percebe-se a situação de discordância. Sua manifestação é bastante clara e da mesma forma que o conflito experienciado, sua resolução fica a cargo da administração da organização sendo resolvido na maioria das vezes com a demissão das partes conflitantes.

Até a próxima...



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