A inteligência é uma das características que as pessoas
trazem quando entram em uma organização. Agora vamos analisar como as
características biográficas (como idade e sexo) e as habilidades (como a
inteligência) afetam o desempeno e a satisfação dos funcionários Depois
mostraremos como as pessoas aprendem comportamentos e o que a organização pode
fazer para moldá-los.
2.1 – CARACTERÍSTICAS BIOGRÁFICAS
As
variáveis que têm impacto sobre a produtividade, absenteísmo, rotatividade,
etc., são muitas e difíceis de avalia. Por essa razão vamos começar pelos
fatores que podem ser definidos com mais facilidade e que costumam estar
contidos na ficha pessoal do funcionário.
Idade - A relação entre a idade
e o desempenho do funcionário será, provavelmente, um aspecto de crescente
importância na próxima década. Por quê? Existem, pelo menos, três razões. A
primeira é que há um consenso de que o desempenho profissional decai com o
passar do tempo. Independentemente de isto ser ou não verdade, o fato é que
muita gente acredita e age de acordo com essa crença. A segunda razão é que,
como foi comprovado, a mão-de-obra está envelhecendo. A terceira razão, pelo
menos nos Estados Unidos, é a legislação federal que proíbe a aposentadoria
compulsória. A maioria dos trabalhadores norte-americanos não precisa mais se
aposentar aos 70 anos.
Os empregadores percebem uma
série de qualidades positivas nos trabalhadores mais velhos: especificamente a
experiência, o bom-senso, um forte sentido de ética e o compromisso com a
qualidade. Por outro lado, eles também são considerados pouco flexíveis e
avessos a novas tecnologias.
Quanto mais velho você fica,
menor é a probabilidade de que deixe seu emprego. Esta conclusão tem como base
estudos sobre a relação entre idade e rotatividade. É claro que isto não chega
a ser surpreendente. Quando um trabalhador começa a envelhecer, ele tem menos
oportunidades de emprego. Além disso, os mais velhos têm menos probabilidade de
pedir demissão por causa de seu tempo de casa, o que costuma lhes propiciar
salários mais altos, férias remuneradas mais longas e planos de pensão mais
atraentes.
Existe uma tentação a
acreditar que a idade está inversamente relacionada com o absenteísmo. Muitos
estudos mostram que a relação entre idade e absenteísmo está muito relacionada
ao fato de a ausência ser evitável ou inevitável. Em geral os trabalhadores
mais velhos apresentam índices menores de faltas evitáveis do que os mais
jovens. Contudo, quando a falta é inevitável, o absenteísmo dos mais velhos é
maior, provavelmente devido a problemas de saúde associados ao envelhecimento e
porque eles necessitam de mais tempo para a convalescença.
Como
a idade afeta a produtividade? Há uma crença generalizada de que a
produtividade diminui com a idade. Normalmente, pressupõe-se que certas
habilidades – como rapidez, agilidade, força física e coordenação – se
deterioram com o passar do tempo e que a monotonia do trabalho e a falta de
estímulo intelectual contribuem para a diminuição da produtividade. As
evidências, entretanto, contradizem estas crenças e pressupostos. Por exemplo,
durante um período de três anos, uma cadeia de lojas colocou em uma de suas
unidades apenas funcionários com mais de 50 anos e depois comparou o resultado
desta filial com os das outras cinco lojas da rede, que empregavam pessoal mais
jovem. A loja com os funcionários mais velhos teve uma produtividade (medida em
termos de faturamento comparado a despesas com pessoal) significativamente
maior do que duas das demais lojas e ficou equiparada com as outras três.
E
a relação entre idade e satisfação com o trabalho? Neste sentido, as evidências
são controversas. Fazendo uma distinção entre funcionários especializados dos
que não tem especialização, chegou-se a conclusão que a satisfação tende
crescer ao longo do tempo entre os funcionários especializados, enquanto, entre
os não especializados, diminui na meia-idade e volta a subir nos anos
seguintes.
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