As
habilidades intelectuais são aquelas necessárias para o desempenho de
atividades mentais – como pensar, raciocinar e resolver problemas. Os testes de
quociente intelectual (QI), por exemplo, foram elaborados para medir essa
capacidade. Da mesma maneira, os testes de admissão de escolas e universidades
realizam essas avaliações. As sete dimensões mais citadas das habilidades
intelectuais são a aptidão para números, a compreensão verbal, a velocidade da
percepção, o raciocínio indutivo, o raciocínio dedutivo, a visualização
espacial e a memória.
As
diversas funções profissionais demandam diferentes habilidades intelectuais de
quem as executa. De maneira geral, quanto mais complexo um serviço em termos de
demanda de processamento de informações, maior a necessidade de habilidades
verbais e de inteligência em geral para que ele seja realizado com sucesso.
Evidentemente, um QI elevado não é pré-requisito para todos os tipos de
trabalho. Na verdade, em algumas funções – nas quais o comportamento do
funcionário é muito rotineiro e existe pouca ou nenhuma oportunidade para que
ele se destaque – um QI alto pode não ter relação com o desempenho. Por outro
lado, uma revisão cuidadosa das evidências demonstra que os testes que avaliam
habilidades verbais, numérico, espacial e de percepção são válidos para prever
a qualidade do desempenho em todos os tipos de trabalho. Desta forma, os testes
que medem dimensões específicas da inteligência mostram serem bons indicadores
do desempenho futuro no trabalho. Isso explica por que empresas como a Amazon e
a Microsoft dão ênfase na avaliação da inteligência dos candidatos ao contratar
seu pessoal.
O
principal dilema enfrentado pelos empregadores que utilizam testes de
habilidade mental para seleção, promoção, treinamento e outras decisões de
gestão de pessoal é que isso pode causar um impacto negativo sobre determinados
grupos raciais ou étnicos. O desempenho de alguns grupos étnicos minoritários,
por exemplo, costuma apresentar, na média, um resultado abaixo do indicado no
desvio-padrão quando comparado ao desempenho do grupo dos brancos em testes de
habilidade verbal, numérica e espacial. Contudo, após rever tais evidências, os
pesquisadores recentemente concluíram que “apesar das diferenças entre os
grupos nos resultados dos testes, existe pouca evidência convincente de que
testes bem-elaborados sejam indicadores melhores para o desempenho educacional,
de treinamento ou funcional de membros dos grupos majoritários do que para os
de membros de grupos minoritários”.
Na
década passada, os pesquisadores começaram a expandir o significado de
inteligência para além das habilidades mentais. As evidências mais recentes
sugerem que a inteligência pode ser mais bem compreendida se a dividirmos em
quatro tipos: cognitiva, social, emocional e cultural. A inteligência cognitiva
diz respeito a todo o conhecimento apreendido e internalizado e abrange as
aptidões tradicionalmente mensuradas pelos testes. A inteligência social é a
habilidade de se relacionar eficazmente com os outros. A inteligência emocional
refere-se à habilidade de identificar, compreender e administrar as emoções. E
a inteligência cultural é a percepção das diferenças culturais e a capacidade
de operar com sucesso em situações que envolvem multiculturalismo. Embora esta
linha de pesquisa – focando as múltiplas inteligências – ainda esteja em seus
primórdios, ela é bastante promissora. Ela pode explicar, por exemplo, por que
pessoas consideradas inteligentes nem sempre se adaptam ao dia-a-dia, não
conseguem trabalhar bem com outras pessoas ou ter sucesso quando assumem papéis
de liderança.
Até a próxima...
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