Os altos e
baixos da economia são difíceis de prever. No final da década de 1990 a
economia global estava bastante forte e a mão-de-obra bastante escassa. Muitos
empresários encontravam dificuldades para preencher as vagas em suas
organizações por escassez de gente capacitada. Já no início de 2001, muitos
países desenvolvidos entraram em recessão. As demissões foram massivas e a
oferta de mão-de-obra qualificada aumentou. Já as tendências demográficas, pelo
contrário, são muito mais previsíveis. Analisemos uma delas com importantes
implicações para o comportamento organizacional: a menos que haja algum
imprevisto econômico ou político, haverá uma nova escassez de mão-de-obra
dentro de 10 a 15 anos. As razões são o envelhecimento da população e a redução
da taxa de natalidade.
A escassez de profissionais
nos Estados Unidos se dá em função de dois fatores: taxa de natalidade e taxa
de participação na força de trabalho. Entre as décadas de 1960 e 1980, o
mercado de trabalho norte-americano recebeu o que costumou chamar de Baby Boomers (pessoas nascidas entre
1946 e 1965). Existem hoje 76 milhões deles no mercado. Mas a geração seguinte,
apelidada de geração X, tem 10 milhões de pessoas a menos. O problema se
agravou entre 2007 e 2010, quando a maioria dos Baby Boomers começou a se aposentar. É importante observar que,
apesar do contínuo crescimento da imigração, os estrangeiros que ingressam no
mercado de trabalho não são suficientes para evitar a escassez de mão-de-obra.
O problema da
escassez de força de trabalho também se agrava com o fato de que no final do
século XX um enorme contingente de mulheres desembarcou no mercado de trabalho.
Isto forneceu uma leva de trabalhadores talentosos e capacitados. Este
movimento agora está equilibrado. Além disso, entre os trabalhadores mais
velhos diminuiu o interesse de continuar no mercado de trabalho. Em 1950, quase
80% dos homens com 62 anos ainda trabalhava. Hoje, pouco mais da metade deles
continua no mercado. A melhoria nos planos de pensão e a expansão dos
benefícios do governo levaram muita gente a se aposentar cedo, especialmente
aqueles cujo trabalho era estressante ou entediante. Embora a queda nas bolsas
de valores entre 2001 e 2003 tenha reduzido as economias destes Baby Boomers, e possa ter feito com que
muitos ainda precisem trabalhar, - os primeiros indícios sugerem que isso não
terá muito impacto na redução da oferta de mão-de-obra qualificada no futuro.
Em tempos de
escassez de mão-de-obra, bons salários e benefícios não serão suficientes para
encontrar e manter profissionais talentosos. Os executivos precisarão encontrar
estratégias sofisticadas de recrutamento e manutenção. Além disso, será preciso
modificar algumas práticas organizacionais para atender às necessidades dos
trabalhadores mais velhos e para motivar os mais jovens, que se sentirão
estagnados enquanto aguardam a aposentadoria daqueles. Os conhecimentos de
comportamento organizacional podem ajudar os executivos a lidar com esta
situação. Em um mercado com força de trabalho escassa, os administradores que
não entenderem de comportamento humano e não conseguirem tratar adequadamente
seus funcionários correm o risco de não ter a quem comandar.
Até a próxima..
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