No processo de mudança nas
organizações, o modelo mental dos dirigentes é condição sine qua nom
para que as grandes mudanças ocorram. A necessidade dos líderes do passado
desenvolverem novas habilidades e atitudes com relação ao direcionamento de sua
equipe de trabalho é fundamental para a condução das pessoas, que hoje esperam
uma nova postura de seus “chefes”, já que os requisitos exigidos para
desempenho das atividades nas empresas modernas também mudaram.
No
quadro a seguir pode-se verificar a relação do antigo e do novo paradigma de
liderança tendo uma visão geral às diferenças.
Antigo
e novo paradigma de liderança
Antigo
paradigma de liderança
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Novo paradigma de liderança
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Separação entre líder e liderado
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Integração entre
líder e liderado
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Sentimento de
superioridade do líder
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Sentimento
sincero de igualdade entre líder e liderado
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Estilos
autocrático, democrático e liberal de liderança
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Estilo
participativo de liderança
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Simples relação
visando cumprir os objetivos
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Líder estabelece
uma relação evolutiva visando ao crescimento em direção à plena consciência
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Líder centrado em
objetivos materiais
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Líder centrado em
objetivos e valores superiores
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Visão superficial
dos objetivos de vida e do trabalho
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Conscientização
do sentido profundo da existência e do trabalho
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Visão limitada e
reducionista aos objetivos imediatos
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Visão holística,
abrangente e inclusiva: homem, sociedade e natureza
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Conflito: procura
de culpa
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Conflito: procura
das causas, oportunidade de aprender e dialogar
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Dirige grupos,
departamentos, seções, setores isolados de organizações
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Incentiva redes
de organismos vivos
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Ênfase em personalidades autoritárias ou obedientes, disciplinadas
e energéticas
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Ênfase em
personalidades harmoniosas, porém firmes e lúcidas.
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Cada pessoa é um ser único, sistêmico, com personalidade, características, habilidades e conhecimentos diferentes uns dos outros. Para o líder é necessário sentir as pessoas, suas necessidades, aspirações e anseios, conciliando aos interesses das organizações, objetivando um ambiente favorável ao desenvolvimento. Se os líderes não tiverem consciência do seu desafio, a empresa se transforma num navio sem rumo, o desempenho de suas atividades depende do grau de envolvimento com sua equipe de trabalho, no sentido de impulsionar os esforços em uma mesma direção, fazendo com que todos possam atingir um mesmo objetivo.
Liderança
para Chiavenato (2005:183), é definida como uma influência interpessoal, na
qual uma pessoa age no sentido de modificar ou provocar o comportamento de uma
outra pessoa de maneira intencional, exercida em uma dada situação
e dirigida pelo processo de comunicação humana para consecução de um ou mais
objetivos específicos.
Os graus de influenciação
Coação
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Persuasão
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Sugestão
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Emulação
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Forçar,
coagir ou constranger mediante pressão ou compulsão
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Prevalecer sobre uma
pessoa, sem forçá-la, com conselhos, argumentos ou indicações para que faça
alguma coisa
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Colocar
ou apresentar um plano, uma idéia ou uma proposta a uma pessoa ou grupo, para
que considere, pondere ou execute
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Procurar
imitar com vigor, para igualar ou ultrapassar, ou, pelo menos chegar a ficar
quase igual a alguém
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Fonte: Chiavenato (2005:184)
Verifica-se
então, que a liderança é uma qualidade que faz com que alguém seja capaz de
influenciar e conduzir o grupo para um objetivo.
Os
três estilos de Liderança
Liderança Autocrática
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Liderança Democrática
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Liderança Liberal
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Tomada de Decisões
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Apenas o líder decide e fixa as diretrizes, sem
qualquer participação do grupo
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As diretrizes são debatidas e decididas pelo grupo
que é estimulado e assistido pelo líder
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Total liberdade para tomada de decisões grupais ou
individuais, com participação mínima do líder
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Programação dos Trabalhos
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O líder determina providências para a execução das
tarefas, uma por vez, na medida em que são necessárias e de modo imprevisível
para o grupo
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O próprio grupo esboça providências e técnicas
para garantir o alvo com o aconselhamento técnico do líder. As tarefas ganham
novos contornos com os debates
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A participação do líder no debate é limitada,
apresentando apenas alternativas ao grupo, esclarecendo que poderia fornecer
informações desde que solicitadas
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Divisão do Trabalho
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O líder determina qual a tarefa que cada um deverá
executar e qual seu companheiro de trabalho
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A divisão das tarefas fica a critério do grupo e
cada membro tem liberdade de escolher seus próprios colegas
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Tanto a divisão das tarefas como a escolha dos
colegas ficam por conta do grupo. Absoluta falta do líder
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Participação
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O líder é pessoal e dominador nos elogios e nas
críticas ao trabalho de cada um
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O líder procura ser um membro normal do grupo. É
objetivo e estimula com fatos, elogios ou críticas
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O líder não faz nenhuma tentativa de avaliar ou
regular o curso das coisas. Faz apenas comentários quando perguntado
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Fonte:
Chiavenato (2005: 187)
Sendo a liderança a habilidade de influenciar
pessoas em busca dos objetivos comuns, os líderes precisam pensar como agentes
de mudanças, pela sua capacidade de inovação, saber interagir nas adversidades
e instabilidades, tornou-se requisito fundamental para sua atuação. A questão
não está somente em adquirir novos conceitos e habilidades, como também,
desaprender os antigos modelos, tendo conhecimento da cultura, da missão da
empresa e do seu capital humano.
Conclui-se, que diante das
mudanças, o líder deve conciliar os interesses da organização ao da equipe de
trabalho objetivando um ambiente favorável ao desenvolvimento. Portanto,
independente do seu próprio estilo, ser líder implica em saber exercer a
liderança e essa se faz no dia a dia, junto a equipe de trabalho. Assim, saber
conviver harmonicamente, tolerantemente buscando o equilíbrio torna-se um dos
primeiros degraus para quem quer ser um verdadeiro “líder em tempo de
mudanças”.
É aprender a aprender.
Até a próxima...
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