É um modelo de liderança autocrática
cuja característica principal reside no fato de que o líder tem uma intensa
preocupação com o cumprimento das tarefas a serem executadas, não levando em
consideração quem serão os responsáveis pela execução, muito menos suas
possibilidades.
Considerada uma vertente da Teoria
Clássica da Administração está altamente ligada à mecanização do trabalho,
através do seguimento de normas e estatutos organizacionais. Vale deixar claro
que a criatividade não tem qualquer abertura, ficando o liderado responsável
apenas por repetir as tarefas da forma que lhes foram orientadas.
A organização representa uma máquina
formada por suas engrenagens, representada nesse caso pelos “empregados”.
As tarefas não são delegadas, do
contrário elas são impostas muitas vezes de forma aleatória sem que sejam
levadas em conta variáveis como habilidade ou limite. O que interessa é a
execução dos trabalhos.
Já
que sua inspiração vem da teoria clássica da administração que por sua vez foi
inspirada em sistemas de engenharia, enfatiza de forma intensa tarefas e
tecnologia.
A Centralização da Autoridade
As tarefas nesse modelo de liderança
não são delegadas, elas são impostas e acompanhadas de forma constante pelo
líder. Como ele centraliza em si todo o poder, as tarefas mais importantes ou
delicadas somente são realizadas pelo próprio líder que não confia na
capacidade de seus liderados em desenvolvê-las. Porém ,
o que muitos líderes autocráticos não sabem é que se os liderados não são
capazes de realizar determinadas tarefas as causas podem residir numa
orientação deficitária, ou seja, a culpa pode ser uma ineficaz orientação do
próprio líder.
A liderança orientada para as tarefas
proíbe qualquer tipo de comportamento autônomo dos empregados, principalmente
quanto às formas de realização de suas tarefas. Como foi dito anteriormente o
que interessa é que as regras e normas sejam seguidas fielmente. A ênfase nesse
caso é na especialização do trabalho e na competência técnica de quem o está
desenvolvendo. O líder acredita que quanto mais um empregado realiza uma tarefa
mais especialista nessa função ele será. Neste caso saturação e aborrecimento
pela intensa repetição de uma mesma tarefa são ignorados.
A Cooperação
A característica individualista que
está presente neste modelo de liderança faz do trabalho uma tarefa solitária. Não há
cooperação, cada um realiza seu trabalho de forma solitária sem nenhum tipo de
interação com o grupo. O espírito de trabalho em equipe é substituído por uma acentuada
divisão de tarefas, muitas vezes independentes, o que causa um distanciamento
natural entre os membros do grupo.
Outro ponto negativo e que não
posso deixar de citar é quanto à separação clara entre os níveis hierárquicos dos
funcionários. Privilegiando aos que são de “linha”, em detrimento aos
funcionários de “Staff”.
Observe a citação a seguir elaborada
pela ADMBrasil “na organização linear os
órgãos de linha, ou seja, os órgãos que compõem a organização, seguem
rigidamente o princípio escalar (autoridade de comando). Porém, para que os
órgãos de linha possam executar suas atividades especializadas, tornam-se
necessários órgãos prestadores de serviço especializados, como assessoria,
recomendações, conselhos, e outros. Esses não obedecem ao conceito de princípio
escalar nem possuem autoridade de comando.Tais serviços e assessorias não podem
ser impostos obrigatoriamente aos órgãos de linha, mas simplesmente oferecidos.
Sua autoridade - chamada de autoridade de staff - é simplesmente autoridade de
especialista e não autoridade de comando”.
As Conseqüências da Liderança orientada
para as tarefas
Os resultados deste modelo de
liderança, como já era de se esperar tendem a não positivos. Diversas são as
causas dessa negatividade, porém, vamos nos deter no fato de que o perfil do
trabalhador atual está muito diferente do trabalhador da época da revolução
industrial, momento em que imperava esse tipo de liderança. Se ontem, estávamos
preocupados apenas em estarmos empregados e termos um salário no final do mês,
hoje nossos objetivos são outros e passam prioritariamente pela possibilidade
de um crescimento profissional. Observem que os valores mudaram. Também foi
alterado o sentido trabalho para o homem. Este passou de um meio de provisão
financeira para uma forma de inserir o homem na sociedade. O trabalho hoje é
responsável por posicionar o homem na sua sociedade, por isso ele não pode
representar apenas um momento de repetição de tarefas.
A seguir apresento as principais
conseqüências de uma liderança voltada apenas para a execução de tarefas.
Ø Insatisfação dos liderados
O homem quando não estimulado a pensar
tende a ficar desmotivado e desinteressado em qualquer que seja o campo,
principalmente no trabalho. Ele passa a desenvolver suas tarefas de forma
repetitiva, tornando seu trabalho mecanizado e exaustivo.
Ø Diminuição da coesão do grupo
Por conta da forte independência na
realização das tarefas os colaboradores acabam afastando-se uns dos outros,
dificultando o desenvolvimento dos relacionamentos sociais. Quanto mais
acentuada for divisão de tarefas maior será o distanciamento.
Ø Diminuição da produtividade
Sem criatividade e sem estímulo o
liderado tende a diminuir sua produtividade tanto em relação à quantidade como
em qualidade.
O Líder orientado para as tarefas:
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➔ Percebe a Organização como uma máquina e os colaboradores
como engrenagens;
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➔ Enfatiza prioritariamente as tarefas;
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➔ Inspira-se nos sistemas de engenharia;
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➔ Não delega tarefas e a autoridade é centralizada em si;
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➔ Seus liderados não possuem nenhum tipo de autonomia;
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➔ Não prioriza as relações humanas interpessoais e
intergrupais;
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➔ A relação com os liderados é meramente profissional;
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➔ Mantém uma comunicação superficial com seu grupo;
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➔ Não compartilha saberes e idéias;
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➔ Atua sem qualquer dinâmica interpessoal e grupal.
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Até a próxima...
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