quinta-feira, 31 de agosto de 2017

A Liderança orientada para as Tarefas

É um modelo de liderança autocrática cuja característica principal reside no fato de que o líder tem uma intensa preocupação com o cumprimento das tarefas a serem executadas, não levando em consideração quem serão os responsáveis pela execução, muito menos suas possibilidades.

Considerada uma vertente da Teoria Clássica da Administração está altamente ligada à mecanização do trabalho, através do seguimento de normas e estatutos organizacionais. Vale deixar claro que a criatividade não tem qualquer abertura, ficando o liderado responsável apenas por repetir as tarefas da forma que lhes foram orientadas.
A organização representa uma máquina formada por suas engrenagens, representada nesse caso pelos “empregados”.

As tarefas não são delegadas, do contrário elas são impostas muitas  vezes de forma aleatória sem que sejam levadas em conta variáveis como habilidade ou limite. O que interessa é a execução dos trabalhos.
Já que sua inspiração vem da teoria clássica da administração que por sua vez foi inspirada em sistemas de engenharia, enfatiza de forma intensa tarefas e tecnologia.
  
A Centralização da Autoridade

As tarefas nesse modelo de liderança não são delegadas, elas são impostas e acompanhadas de forma constante pelo líder. Como ele centraliza em si todo o poder, as tarefas mais importantes ou delicadas somente são realizadas pelo próprio líder que não confia na capacidade de seus liderados em desenvolvê-las. Porém, o que muitos líderes autocráticos não sabem é que se os liderados não são capazes de realizar determinadas tarefas as causas podem residir numa orientação deficitária, ou seja, a culpa pode ser uma ineficaz orientação do próprio líder.

A liderança orientada para as tarefas proíbe qualquer tipo de comportamento autônomo dos empregados, principalmente quanto às formas de realização de suas tarefas. Como foi dito anteriormente o que interessa é que as regras e normas sejam seguidas fielmente. A ênfase nesse caso é na especialização do trabalho e na competência técnica de quem o está desenvolvendo. O líder acredita que quanto mais um empregado realiza uma tarefa mais especialista nessa função ele será. Neste caso saturação e aborrecimento pela intensa repetição de uma mesma tarefa são ignorados.

A Cooperação

A característica individualista que está presente neste modelo de liderança faz do trabalho uma tarefa solitária. Não há cooperação, cada um realiza seu trabalho de forma solitária sem nenhum tipo de interação com o grupo. O espírito de trabalho em equipe é substituído por uma acentuada divisão de tarefas, muitas vezes independentes, o que causa um distanciamento natural entre os membros do grupo.
Outro ponto negativo e que não posso deixar de citar é quanto à separação clara entre os níveis hierárquicos dos funcionários. Privilegiando aos que são de “linha”, em detrimento aos funcionários de “Staff”.

Observe a citação a seguir elaborada pela ADMBrasil “na organização linear os órgãos de linha, ou seja, os órgãos que compõem a organização, seguem rigidamente o princípio escalar (autoridade de comando). Porém, para que os órgãos de linha possam executar suas atividades especializadas, tornam-se necessários órgãos prestadores de serviço especializados, como assessoria, recomendações, conselhos, e outros. Esses não obedecem ao conceito de princípio escalar nem possuem autoridade de comando.Tais serviços e assessorias não podem ser impostos obrigatoriamente aos órgãos de linha, mas simplesmente oferecidos. Sua autoridade - chamada de autoridade de staff - é simplesmente autoridade de especialista e não autoridade de comando”.


As Conseqüências da Liderança orientada para as tarefas

Os resultados deste modelo de liderança, como já era de se esperar tendem a não positivos. Diversas são as causas dessa negatividade, porém, vamos nos deter no fato de que o perfil do trabalhador atual está muito diferente do trabalhador da época da revolução industrial, momento em que imperava esse tipo de liderança. Se ontem, estávamos preocupados apenas em estarmos empregados e termos um salário no final do mês, hoje nossos objetivos são outros e passam prioritariamente pela possibilidade de um crescimento profissional. Observem que os valores mudaram. Também foi alterado o sentido trabalho para o homem. Este passou de um meio de provisão financeira para uma forma de inserir o homem na sociedade. O trabalho hoje é responsável por posicionar o homem na sua sociedade, por isso ele não pode representar apenas um momento de repetição de tarefas.
A seguir apresento as principais conseqüências de uma liderança voltada apenas para a execução de tarefas.


Ø  Insatisfação dos liderados

O homem quando não estimulado a pensar tende a ficar desmotivado e desinteressado em qualquer que seja o campo, principalmente no trabalho. Ele passa a desenvolver suas tarefas de forma repetitiva, tornando seu trabalho mecanizado e exaustivo.

Ø  Diminuição da coesão do grupo

Por conta da forte independência na realização das tarefas os colaboradores acabam afastando-se uns dos outros, dificultando o desenvolvimento dos relacionamentos sociais. Quanto mais acentuada for divisão de tarefas maior será o distanciamento.

Ø  Diminuição da produtividade

Sem criatividade e sem estímulo o liderado tende a diminuir sua produtividade tanto em relação à quantidade como em qualidade.



O Líder orientado para as tarefas:
   Percebe a Organização como uma máquina e os colaboradores como engrenagens;
   Enfatiza prioritariamente as tarefas;
   Inspira-se nos sistemas de engenharia;
   Não delega tarefas e a autoridade é centralizada em si;
   Seus liderados não possuem nenhum tipo de autonomia;
   Não prioriza as relações humanas interpessoais e intergrupais;
   A relação com os liderados é meramente profissional;
   Mantém uma comunicação superficial com seu grupo;
   Não compartilha saberes e idéias;
   Atua sem qualquer dinâmica interpessoal e grupal.

 Até a próxima...


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